Entre os 100 mais influentes do País, Kátia Abreu incomoda no Tocantins

A senadora Kátia Breu (DEM) figura entre os 100 líderes que mais influenciaram a vida brasileira este ano, conforme a revista Época especial desta semana. É uma honraria não só para a senadora, mas um destaque positivo para o Tocantins. Mesmo assim, ...

A senadora Kátia Abreu (DEM) é uma mulher surpreendente. Profissional no que faz, competente em ocupar espaços políticos, e no campo do associativismo. É a primeira mulher tocantinense a ocupar uma cadeira no Senado. É a primeira mulher brasileira a presidir a CNA – Confederação Nacional da Agricultura. É admirada até pelos adversários no Senado pela inteligência, polidez e firmeza na defesa do que acredita.

Não por menos, figura esta semana na relação das 100 personalidades mais influentes do Brasil, numa lista seleta publicada pela edição especial da Revista Época. Seu texto de apresentação foi escrito por ninguém menos que o ex-ministro da Agricultura do governo Lula, Roberto Rodrigues. Segundo informações do Site Roberta Tum, Kátia deve figurar entre as 30 personalidades mais influentes da política brasileira.

Combatida em casa

Em que pese tudo isto, Kátia Abreu tem sido de longe a personalidade mais combatida da política tocantinense. Que o PT e o MST pretendam “satanizar” sua imagem é compreensível. Afinal, ideologicamente estão em campos completamente opostos. Ao chamar o DEM de “demo” - piadinha de gosto duvidoso que tem ganhado até as colunas políticas – os petistas cumprem o seu papel de tentar “exorcizar”  a adversária.

Mas a artilharia mais pesada tem vindo do governo do Estado. Kátia, que eu vi sentada numa mesa nas barrancas do Araguaia junto com Gaguim logo após a cassação de Marcelo Miranda, de repente virou inimiga número 1 do governo. Também vi esta cena acontecer gradualmente entre a eleição de 2006 e o fim do governo Marcelo. E me pergunto: por quê tanto incômodo? Companheira de ontem, adversária de hoje, será que ela é tão ruim assim?

A César o que é de César

A primeira rusga do governo do PMDB - ainda com Marcelo - foi sobre a guerra da senadora contra a CPMF. Kátia Abreu foi eleita pelo DEM. Incompreensível seria que ela não marchasse fiel às orientações do seu partido. Depois a acusaram de ser “um Siqueira de saias”. Tenho visto traços dos ensinamentos políticos do ex-governador em muitos dos que já o acompanharam um dia, e não tenho a convicção de que sejam negativos. Quem poderá negar que a energia, o poder de mobilização e a vontade férrea de Siqueira fizeram um bem danado ao Tocantins?

Depois passaram a crucificar Kátia pelo seu rompimento com Gaguim e João Ribeiro, às vésperas da posse do governador ainda na interinidade. Ela partiu para acusações ao governador de compra de votos. Nos bastidores, os governistas a acusaram de ter feito um acordo (para ficar com os 5 órgãos do pacote da agricultura) e depois ter voltado atrás para pedir o Dertins. Ainda que a divergência entre os dois - Gaguim e Kátia - tenha sido por cargos, todo governo deve estar preparado para ter oposição. E uma oposição que tem só dois deputados estaduais - amenos, diga-se de passagem - não representa muito num universo de 24 votantes.

Ruim para o Tocantins

Seja lá como for, vejo com preocupação o excesso de artilharia que tem sido voltada contra Kátia Abreu. Respeitada lá fora - onde enfrenta o contraditório às suas idéias num cenário em que está na oposição ao governo Lula e é minoria – Kátia tem “apanhado” bastante na mídia tocantinense. Esta, por sua vez, apenas cumpre seu papel de repercutir o que é dito contra a senadora nos palanques e tribunas.

De toda forma penso que todo este discurso “anti Kátia” soa ruim, dentro e fora do Tocantins. A senadora hoje combatida, foi eleita no mesmo palanque que Marcelo e que Gaguim. Quando concorreu à deputada federal, apoiou para o senado, João Ribeiro. É certo que tudo muda na política. Companheiros de ontem são adversários de hoje, e poderão novamente subir no mesmo palanque amanhã. O eleitor já está acostumado a ver esta cena.

O que percebo é que para o povo tocantinense que consagrou Kátia em sua votação para o Senado, é motivo de orgulho vê-la brilhar no cenário nacional. Nestes momentos, ainda que por diplomacia, os homens de destaque da política tocantinense fariam melhor em suspender as armas. Mesmo por que, até na política, pega mal todo excesso de agressividade contra uma mulher.

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