Quem tem o sonho de publicar livros está cada vez mais perto de torna-lo realidade. De forma independente, vários autores iniciantes e até mesmo consagrados já realizam a autopublicação das próprias obras e dispensam editoras. Ou seja, está mais do que na hora de tornar aquela obra que estava na gaveta acessível para o público leitor. A experiência tem sido positiva, de acordo com a jornalista Silvia Noronha, que submeteu a obra A obesidade dos cães e outros contos à Amazon, de forma gratuita e digital.
A obra já estava disponível para venda depois de 72 horas. “Para mim foi uma maneira de começar. Eu não queria perder tempo e achei que a autopublicação era a forma mais rápida para ir experimentando, pois tinha vontade de publicar, mas não lançava. Além disso, encontrar uma editora que apostasse em uma pessoa completamente desconhecida ia levar tempo”, explica Noronha. A avaliação do processo destaca a satisfação com o resultado. “A experiência de ver realmente a sua obra publicada e as pessoas que você não conhece lendo foi uma emoção para mim”, afirma.
Quem tem o ritual de folhear as páginas de um livro também pode garantir o seu exemplar pois Silvia encontrou uma forma de atender os leitores contratando serviços de impressão sob demanda que produzem a quantidade necessária para ela realizar lançamentos pelo Brasil.
Indústria editorial encolheu no Brasil
A indústria editorial enconlheu no Brasil, de acordo com números apurados pela pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2017. Olhando para os números gerais, houve queda nominal (desconsiderando nessa conta a inflação no período) no faturamento de 1,95%. Considerando a variação do IPCA no período, o decréscimo real foi de 4,76%.
Mesmo com a dificuldade enfrentada pelos autores não tão conhecidos na mídia não é impossível lançar um livro por uma editora. A doutora em letras e professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Rita Queiroz, encontrou editoras de pequeno porte que acreditaram em sua obra. Alguns de seus livros foram publicados pela editora Penalux. “São editoras que incentivam muito o escritor desconhecido do grande público, principalmente aqueles que estão lançando o seu primeiro livro”, ressalta a autora.
Sua primeira experiência com a editora Penalux foi junto com um grupo que faz parte, a Confraria Poética Feminina. “Pesquisamos para a publicação do nosso livro e algumas editoras levariam seis meses só para dar a resposta. Então, uma das autoras do grupo falou sobre a Penalux. Nós enviamos o material e, em dois meses, deram a resposta positiva: tinham gostado muito da nossa coletânea só de mulheres”, vibra Queiroz.
A escritora conta que o processo de publicação foi gratuito, precisando apenas repassar uma cota das vendas para a editora. O livro é comercializado no site da editora e também nas plataformas como Amazon, Submarino e Americanas.
As duas autoras vêm recebendo feedbacks positivos dos seus leitores. Silvia está com suas redes sociais bem movimentada. “Algumas pessoas leram o meu livro e fizeram resenha, me dizem o que acharam, passam suas impressões”, vibra com a conquista de mais de 800 leitores que a seguem no Instagram, resultado dos seis meses do seu último lançamento. Já Rita conta que já teve poemas até musicados. “Uma pessoa do Rio Grande do Sul fez uma resenha que me surpreendeu porque ele viu coisas que eu não tinha percebido”.
E vem lançamentos e novos projetos, pois elas não param. Apesar de Silvia ter optado pela autopublicação, não descarta a possibilidade de, no futuro, lançar uma obra por meio de uma editora. O desejo é escrever um romance. Rita está lançando seu primeiro livro de poemas infantis Ciranda, cirandinha: vamos brincar com Poesia?, pela Darda Editora. “Penso em experimentar e fazer a autopublicação do meu próximo livro infantil”, planeja Queiroz.
Jaqueline Vaz – Agência Educa Mais Brasil
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