O Site Roberta Tum falou na manhã desta quarta-feira, 2, com exclusividade, com o ex-diretor de Gestão de Contratos da Empresa Delta na Região Centroeste, Manoel Ramos Neto. O ex-diretor exerce, hoje, a função de coordenador de Fiscalização de Limpeza da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos de Palmas (a antiga Agesp). Na oportunidade, o ex-diretor negou que analisa os contratos da Delta com a prefeitura, mas informou que tem entre suas funções fiscalizar os trabalhos da própria Delta onde trabalhou de 2001 a julho de 2009.
Sobre a denúncia que aponta que uma ex-assessora da deputada Solange Dualibe (PT) recebeu dinheiro da empresa, o ex-diretor afirmou que desconhece o assunto. “Eu fiscalizo apenas o trabalho de limpeza, não analiso contratos, já em relação a esse depósito, estou ouvindo esse nome pela primeira vez de você, desconheço a existência de qualquer depósito feito pela Delta a essa pessoa. Não conheço ninguém com esse nome, e hoje não tenho ligação alguma com a Delta”, declarou.
A convite de Pedro Dualibe
Questionado se sua saída da empresa para atuar na Secretaria tem alguma ligação com os fatos apontados pelas investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, o ex-diretor informou que deixou a empresa por motivos pessoais e que assumiu sua função na Pasta a convite do secretário Pedro Duailibe.
“Realmente foi uma sequência, quando eu saí da Delta, meu objetivo era continuar morando em Palmas, aí foi quando recebi o convite do secretário Pedro Duailibe para vir trabalhar na coordenação da limpeza, mas minha área aqui é fiscalizar os trabalhos de limpeza feitos pela Delta, não analisar os contratos, isso, tem outra pessoa que faz”, informou.
Regularidade dos contratos
Em relação aos contratos da Delta com a Prefeitura de Palmas, hoje questionados por órgãos de fiscalização como Tribunal de Contas e Ministério Público Estadual, Ramos também negou ter havido algum tipo de irregularidade. Segundo informações do ex-diretor, todos os contratos entre a Delta e a Prefeitura de Palmas foram feitos dentro da lei.
“Não houve irregularidade, a empresa ganhou uma licitação, assinou o contrato e prestou os serviços. Quando esse contrato venceu, houve outra licitação, a empresa ganhou novamente e fez outro contrato, mas tudo foi feito dentro da regularidade”, finalizou.
O caso
Em matéria publicada no início da manhã desta quarta-feira, 2, a Folha de São Paulo traz mais uma denúncia envolvendo a empreiteira Delta na região Centro-Oeste e agentes públicos do Tocantins. Desta vez, a Folha aponta que em agosto do ano passado a empresa determinou que um depósito de R$ 120 mil fosse feito na conta de uma assessora da primeira-dama de Palmas e deputada estadual, Solange Duailibe (PT), segundo indicam escutas telefônicas da Polícia Federal obtidas pela Folha.
Na reportagem, a Folha informa que Rosilda Rodrigues dos Santos, 29, que teria recebido o depósito via conta bancária, teve sua exoneração do cargo de assessora parlamentar da deputada petista publicada no último dia 10, mas retroativa a 1º de março - dia seguinte à deflagração da Operação Monte Carlo, que desbaratou o esquema de Cachoeira. O depósito para a assessora, segundo as informações, foi efetuado em 9 de agosto de 2011. Conforme a Folha, a primeira-dama, teria dito num primeiro momento não saber quem é Rosilda, que foi nomeada para o cargo em outubro de 2008. Mas, 24 horas depois, teria dito que ela trabalhava no interior do Estado.
Comentários (0)