Dentro do clima de indecisão que prevalecerá no Tocantins nos próximos dois meses – o de recesso do TSE, e os 30 dias de agosto em que se espera publicação do resultado da votação do Rced – as discussões dentro da classe política avançam nas possíveis direções que podem ser dadas à sucessão governamental. Em uma semana, segundo informações de bastidores, o presidente da Assembléia Legislativa conquistou a preferência de voto de mais um dos parlamentares, chegando a 11 votos entre os 24 deputados estaduais.
O favoritismo de Gaguim na sucessão do governador Marcelo Miranda, após a interinidade de no máximo 40 dias, já é consensual entre a classe política. No PMDB, partido do deputado, outros possíveis candidatos recuaram diante do anúncio por parte de parlamentares, da preferência em votar para o governo em um deputado. Caso prevaleça no TSE e no STF o entendimento a favor das eleições Indiretas, dificilmente outro candidato terá condições de tirar a vantagem do atual presidente da Casa.
As dúvidas em torno das eleições indiretas são outras. Ainda não está claro se o governador interino poderá concorrer ao mandato tampão. Ao julgar os embargos declaratórios, a expectativa é que o TSE normatize as eleições indiretas, já que esta ocorrência é inédita no país, e não há regulamentação legal para ela. Caso Gaguim não possa ser interino e concorrer ao mandato tampão, a expectativa é de que o deputado Júnior Coimbra assuma o governo.
Em caso de vacância da presidência, outra eleição para a Mesa Diretora será realizada, o que já cria um clima de especulação na imprensa e entre os deputados sobre esta outra sucessão. A respeito dela, o deputado César Hallum, ex-presidente da Casa, e que disputou a penúltima eleição com Gaguim foi incisivo na sessão desta terça-feira, 7. “Não sou candidato a nada, nem a presidente da Assembléia, nem a governador, nem a vice, nem a nada. Se deixarem sou candidato a Deputado Federal ano que vem, se não, não sou candidato a nada”, sustentou.
A questão é que ainda restam duas instâncias para questionamento das Indiretas, e o ex-governador Siqueira Campos está esperançoso em conseguir o direito de concorrer em eleições Diretas ao governo. Ao Jornal do Tocantins esta semana, o líder da União do Tocantins foi categórico: “Não acreditavam no julgamento do Rced, e ele foi julgado. Não acreditavam na cassação, e ela aconteceu. Agora não acreditam nas eleições Diretas, mas elas chegarão”. Quem o conhece não duvida do empenho que fará nesta direção.
Assim, manda a prudência que se espere o tempo. Serão dois longos meses. Cheios de ajustes, acordos e negociações. Resta saber para onde os dois maiores tribunais do país encaminharão o destino dos mais de um milhão de tocantinenses.
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