Gaguim deixou produtoras e agências sem receber campanha, mas quer ser prefeito...ou governador

O ex-governador Carlos Gaguim (PMDB) tem uma característica inegável: a persistência. Com documentos que embasam o Rced que protocolou contra o governador eleito e empossado, Siqueira Campos ele percorre gabinetes em Brasília com uma conversa só: &qu...

O cano parcial que o ex-governador Carlos Gaguim deu na praça quanto às contas da sua campanha ao governo do Estado está custando caro para muito profissional de imprensa que prestou serviço nas produtoras e agências que dividiram os serviços de rádio, TV, criação e produção de peças ano passado.

Sei de muita gente boa que não consegue emprego no governo por que trabalhou para o candidato derrotado. E tem dificuldade em seguir a vida profissional, por que recebeu a metade, ou nem isso, dos contratos que tinham com as empresas.

Estas por sua vez – pelo menos boa parte delas – prestou um serviço, e emitiu notas menores para que o candidato prestasse contas. A diferença, a receber depois, nunca chegou, e já estamos em maio. Agora juntam documentos para comprovar que o serviço prestado foi na verdade maior do que o pago. E algumas não têm sequer o dinheiro das custas processuais para processar o Carlos Henrique.

Profissionais que vem tentando fazer a cobrança direta tem enfrentado dificuldades na justiça, ora por conta do pólo da ação, ora pelo entendimento do juiz. Vai entender alguns juízes por aqui, não?

Circulando em Brasília, documentos na mão...

Mas o caso é que enquanto ardem no mercado as dívidas de campanha não pagas por Gaguim, ele circula em Brasília, com um pacote de documentos na mão. É o resumo do processo que move contra Siqueira. Um Rced no qual ele acredita piamente, a ponto de dizer por lá: “O Siqueira vai cair. Entre 3 a 6 meses, o Siqueira cai”.

E dá-lhe mostrar documentos da emissora de Araguaína que pertenceria à família do governador, e argumentar que a diferença é de 1%, e que a influência do apoio declarado na programação daquela emissora pode ter feito a diferença de toda a eleição, e blá, blá, blá.

Qual o efeito moral deste discurso, já que efeito prático a ação não surtiu nenhum ainda? Manter viva a crença de que ele pode voltar (!) e se pode voltar, é preciso ter cuidado até em cobrar o que ele deve. Primeiro, por que voltando paga. Segundo por que pode voltar vingativo com quem não lhe ajudou, ou mais: prejudicou. É um raciocínio bizarro, mas creiam: está por aí, na praça.

Plano B é ser prefeito, atropelando Coimbra e Pastor Eli

Enquanto corre o tempo até a análise do tal Rced, Gaguim alimenta outra conversa em Palmas: a de que será o candidato a prefeito do PMDB na capital. A fila é extensa dos que têm esta pretensão e estão, pela própria biografia e posição atual, melhor qualificados para tentarem a disputa em nome dos peemedebistas.

Ou alguém duvida que o deputado estadual, Pastor Eli Borges está melhor qualificado para disputar a prefeitura pelo PMDB? Ou o deputado federal Júnior Coimbra, que foi vereador na capital, e teve votação consagradora em todo o Estado?

Sabedor disso, e esperto como só, Gaguim vai costurando o discurso: não vê Eli como candidato que lhe ameace. Isto embora o deputado tenha maioria no diretório peemedebista. E quanto a Coimbra, que foi praticamente o primeiro ministro de sua gestão, Gaguim desdenha: “tá quebrado, não tem condições de ser candidato”.

Ouvindo fontes oposicionistas nos últimos dias, colhendo informações sobre como este processo de disputa pelas prefeituras começa a ser articulado, chego à seguinte conclusão: mesmo desgastado, Raul Filho ainda pode ser o fiel da balança. Caso permaneça na oposição, como quer Edna Agnolin, pré-candidata do PDT, o quadro é um. Se for ao PSD como querem Kátia Abreu e Eduardo Siqueira, o quadro muda.

Quanto a Gaguim, seu poder de criar factóides, se movimentar e articular não pode ser desprezado. Até por que, pelas dívidas na praça e pelo discurso sobre Coimbra, uma coisa é evidente: quebrado ele não saiu do pós eleições de outubro.

Comentários (0)