Governo aprova LDO e mantém 32 milhões no cofre

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O presidente da Assembléia Legislativa, Carlos Henrique Amorim terminou isolado e derrotado na queda de braço que comprou com o governo do Estado,na tentativa de alterar a LDO, e garantir mais 0,5% do orçamento do estado para aquela Casa de leis. Sua emenda foi rejeitada, e mantendo o projeto original, o governo manteve no cofre os R$ 32 milhões a mais que Gaguim queria.

Esta é a diferença líquida entre os 2,5% e os 3 % pretendidos.Ainda assim a AL terá no próximo ano orçamento garantido de R$ 79 milhões. Gente, vamos combinar: é dinheiro que dá e sobra. Os deputados que votaram a favor da proposta do governo foram 21. Todos os presentes. Prevendo o resultado o presidente não permaneceu em plenário para votar contra e assim marcar sua posição.

A verdade é que -  até por ter sido parlamentar por duas vezes, e presidente da AL - Marcelo Miranda inaugurou uma nova relação entre executivo e legislativo no Estado. Abriu o orçamento para apresentação de emendas dos parlamentares, inclusive de oposição. Abriu mão de interferir e definir, na barganha, quem seria o presidente da Casa, como os governos anteriores sempre fizeram.

E foi por isto que Gaguim chegou à presidência: por que Marcelo não usou o poder que tem para garantir a César Hallum(foto) os votos necessários, à época, para reeleger-se. É lógico que num regime democrático, já estava na hora do poder legislativo crescer e exercer sua independência. A presidência da Assembléia já foi motivo de fissuras na relação de deputados com governos anteriores ao longo da história política do Estado. Primeiro com Raul Filho, que abandonou as hostes siqueiristas quando preterido para o cargo (e depois para uma candidatura ao senado). Carlos Braga, também prejudicado na sua intenção de disputar, anos depois, proferiu o histórico discurso: "ao rei tudo, menos a honra".

Na Assembléia Legislativa, grandes embates ideológicos já foram travados. Este no entanto, foi mais mercadológico que propriamente ideológico. Não se tratava de garantir a independência dos poderes, os 0,5% a mais que o presidente pleiteou. A questão era dinheiro mesmo. Como se vê, muito dinheiro. Aliás, o mesmo motivo que move outras pendengas de Gaguim com o governo.

Roberta Tum

roberta@blogdatum,com

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