Governo se prepara para tirar de campo um deputado que incomoda, e muito!

Esse anúncio de "convocação", diretamente para uma cadeira na Assembléia, do suplente de deputado Carlão da Saneatins, que caminha para ser consolidada na tarde de hoje na conversa entre o governador Siqueira Campos e o deputado Freire Jr. ...

No melhor estilo Siqueira de ser e resolver problemas internos - criando uma situação que promova e não que diminua o companheiro - deve ser convocado a ocupar uma “missão” no governo, o deputado Freire Jr, do PSDB na reunião marcada para acontecer nesta tarde.

Não que o governo precise dele tanto assim na equipe embora não restem dúvidas de que Freire Jr. - pelo preparo, conhecimento e vivência política que tem - é um dos melhores quadros dos quais o governador poderia dispor em várias frentes.

O caso é que Freire Jr. que começou como líder, tem criado problemas na convivência com seus pares, por ser avesso a alguns comportamentos, e não ter compromisso com algumas práticas.

Crise começou com repúdio à extras desnecessárias

O desentendimento começou ainda na liderança do governo quando o deputado colocou literalmente “o pé na porta”, para barrar as sessões extras desnecessárias, pagas pelo contribuinte. Ao invés de esperar um “acordão” entre os deputados - que terminaram criando outra forma de receber mensalmente os cerca de R$ 5 mil que as extras rendiam – Freire Jr. levou o assunto ao plenário, recusou-se a participar de uma extra, chamou a atenção da imprensa para o caso... e ganhou inimigos dentro de casa.

A partir deste dia, José Bonifácio e Osires Damaso passaram a exigir a troca do líder de forma ríspida em reuniões internas e declarações à imprensa. Se sentiam e diziam traídos por Freire Jr.

De lá para cá, outras situações pitorescas vieram marcando a posição de Freire Jr., vez ou noutra divergente dos seus pares. No caso da viagem ao Costão do Santinho, por exemplo, arrumou outro compromisso e não foi. Eram 16 os deputados de malas prontas por conta do erário. A divulgação – criticada da tribuna por alguns – acabou diminuindo o número dos que embarcaram para um importantíssimo congresso da Unale.

A convocação do secretário de Comunicação, Arrhenius Naves para explicar a dispensa de licitação para a contratação de agências de publicidade, já questionada pelo MPE foi outro foco de incêndio. Neste Freire JR. dividiu a responsabilidade com Marcelo Lélis. E sobrou para Bonifácio, que não orientou a bancada para votar contra, e no entrevero com os pares, colocou a liderança à disposição do governador.

Fim do voto secreto foi gota d"água na "desagregação"

A gota d’água, no entanto, veio com a apresentação do projeto que propõe o fim do voto secreto na Casa. Ora, com uma maioria ocasional construída em acordos discretos e guardados à sete chaves, o governo teme expor os deputados que figuram em partidos de oposição, em eventuais votações polêmicas.

A quebra do voto secreto chegou a ser criticada pelo secretário Eduardo Siqueira, que expôs opinião a respeito em sua página no micro blog twitter.

Por fim, veio o convite de Siqueira à Freire, segundo conta o deputado em entrevista a este portal, para assumir uma “função específica” no governo. De uma fonte da base governista, ouvi com todas as palavras que Freire Jr. se tornou um “elemento desagregador” dentro da bancada.

Sua retirada da Assembléia para o primeiro escalão do governo, poderá contornar por hora os desafetos. Embora esteja claro que Bonifácio não tem exatamente o perfil de líder que o governo espera. Esta função parece talhada para outro homem: Amélio Cayres. Por enquanto, o incêndio parece contornado. O tempo dirá se sim ou não, a partir da retirada estratégica de Freire Jr. da cena política na Casa. E de como afinal, ficará a liderança. É aguardar!

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