Governo trocou seis por meia dúzia na hora de contratar e agora enfrenta dificuldades para fechar dezembro

Faltam exatos 30 dias para a data tradicional de pagamento do 13º salário do funcionalismo. O Estado tem pela frente nos próximos dias duas folhas. No último dia do ano processará também a folha de dezembro, uma avalanche de dinheiro injetada na econ...

Vocês leram aqui e em outros veículos de comunicação ao longo do ano, que a arrecadação cresceu. No final do primeiro semestre então era notório o quanto os repasses federais subiram para o Tocantins comparados ao mesmo período do ano anterior.

O ano também começou com remédio amargo: o governo mandou mais de 20 mil pessoas para a rua sob o argumento de que era preciso ajustar o caixa, e manter a folha dentro do "limite prudencial".

No final de outubro, portanto há cerca de 20 dias, descobrimos finalmente que a conta perversa voltara a fechar praticamente no vermelho. Com o fim do prazo para publicação dos extratos de contratos temporários descobrimos que o Estado tem mais de 14 mil contratados. Estes, substituiram aqueles comissionados. Que também foram substituidos por pouco mais de 5.200 concursados dos quadros reserva da Saúde e Educação.Se somarmos então os pouco mais de 1700 comissionados que restaram na estrutura, em cargos de assessoramento, é só fechar a conta final

Pois aí está a constatação neste novembro, praticamente dez meses depois das exonerações: o Estado trocou seis por meia dúzia. Com uma diferença: o contratado é mais caro que o comissionado.

Agora, que dezembro se aproxima com suas tradicionais três folhas de pagamento, o q ue se vê é a torneira fechando para pagamentos (que têm acontecido pontualmente apenas). Empresários, fornecedores, prestadores de serviço vão chegando ao fim do ano com a certeza de que os pagamentos, se vierem, serão magros.

Sem cortes, folha de pagamento engole o governo

Pessoal. Este ainda é o maior problema do governo. Contratou muito, contratou demais, inchou novamente a folha e pior: não agradou os aliados políticos.

Seria interessante nesta conta dos 14 mil saber qual é a cota dos deputados estaduais, dos federais, dos senadores e dos prefeitos. Conversando com gente importante dentro da estrutura de governo esta semana descobri que não há igualdade nas indicações e o critério é o do chefe. Os secretários terminam exercendo mais poder do que a classe política. Aliás como sempre foi, exceção feita ao governo Carlos Gaguim, que realmente construiu um acordo político de compartilhar o poder, e cumpriu.

O novo e grande desafio do governo Siqueira Campos neste dezembro vai ser encarar a necessidade de novamente demitir. Mas se em janeiro demitiu os comissionados que supostamete haviam votado e trabalhado para o adversário, agora terá que cortar na carne, demitindo os aliados que o próprio governo contratou.

É isto, ou vamos ao limite da falta de prudência. E a folha vai acabar engolindo o governo. Resta saber se as demissões virão antes, ou depois do natal.

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