Grupo aperta cobrança à Raul: coligação pequena ameaça mandato de vereadores

Na tarde desta terça-feira, 13, um grupo de vereadores - da base de sustentação do prefeito Raul Filho - procura o petista para tentar remediar o que caminha para ser uma coligação pequena, com risco de comprometer seus mandatos. O problema é que a e...

Preocupados com seus mandatos, pelo menos cinco companheiros de primeira hora do prefeito Raul estão batendo à sua porta nesta tarde: Milton Néris, que deixou o PT e migrou para o PR orientado pelo seu líder maior, Lúcio Campelo, que é do PR e vota com o prefeito desde o primeiro ano do segundo mandato, José do Lago Folha Filho, um dos mais ferrenhos defensores de Raul, Divina Márcia, também do PTN e José Hermes Damaso, que deixou o PDT, foi para o PR e perdeu o mandato.

A conversa é uma só: Raul precisa fazer valer a liderança que ainda tem, para levar mais partidos ao palanque de Luana, sob pena de comprometer a reeleição dos vereadores da sua base.

O pedido é justo, por que as contas são incontestáveis: para fazer um vereador em Palmas, cada partido vai ter que juntar entre 6 e 6.500 votos na sua legenda.

Se ficarem PR/PT/PTN/PRTB, nem todos que estão hoje na Câmara Municipal, e pretendem retornar reeleitos, terão passaporte carimbado de volta.

O problema é que passou da hora. Já falta peso à qualquer decisão que Raul tome. Ou em português claro: depois que Aragão anunciou que o grupo dos oito (que esfacelou-se em dois, e perdeu o PHS) não é o grupo de Raul, ficou difícil.

Palmas não é Araguaína

Fazendo um paralelo com uma situação recente, a liderança que vem faltando à Raul para conduzir o processo na capital, não faltou ao grupo do governo em Araguaína.

Lá, onde a política é complexa, Ronaldo Dimas, do PR, contou com a interferência rápida de Eduardo Siqueira quando o processo começou a desandar. Exemplo: Agimiro não aceitava abrir mão para Dimas com Elenil na vice, e Olyntho Neto era um dos que dizia dentro do Palácio Araguaia que com esta composição o governo teria outro nome na cidade.

Na outra ponta o presidente do PSDB, Josué Luz, chegou a soltar uma nota contrariando as declarações do deputado federal Eduardo Gomes sobre apoio incondicional à Dimas.

Antes que tudo tomasse uma proporção maior, Eduardo atuou como bombeiro. Deu entrevista dizendo que o candidato era Dimas. Chamou Agimiro para conversar e compor. Chamou Olyntho. Dizem que falou até com Valuar – que vinha dizendo que apoiaria o candidato do governo, mas que havia se aproximado do grupo daex-prefeita Valderez – enfim: fez o que era preciso para mostrar qual era o rumo.

Em Palmas a indefinição de Raul já contaminou o processo. Cada um hoje é dono de si e de sua legenda. É aí que os que permanecem com Raul se perguntam, e com razão: o que, além do PT, o prefeito acrescentará à esta coligação para que dentre 19 vagas, seu grupo faça pelo menos sete? É sabido que para o prefeito importa ter a maioria na Câmara. Afinal, há contas a serem aprovadas nos próximos anos.

Da reunião que estava prevista para acontecer no final desta tarde pode sair de tudo. Até gente insatisfeita a ponto de romper. O difícil é sair uma decisão de Raul em chamar PSB, ou PDT, ou PMDB e dizer: “vamos com Luana”, ou “vamos com a Edna”, ou “vamos com o Vanderlei”, ou até “vamos com o Pastor Eli”.

A verdade é que assim como Marcelo Miranda não teve voz de comando em Araguaína para impedir a aliança de Elenil com Dimas, Raul não terá para unir seu grupo mais em torno de quem quer que seja. E o problema não é a pré-candidata Luana Ribeiro. O problema é o tempo. E o estilo “deixar correr frouxo”.

Sem desrespeito nenhum ao prefeito e ao patrimônio político que ele ainda tem, esta história já está traçada, e sem união. Resta saber o que ainda se pode fazer para que o boi não vá roer o resto da corda. Senão, vai ficar difícil..

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