A aproximação do prefeito Raul Filho com o senador João Ribeiro, politicamente falando, teve ontem durante o dia, um capítulo interessante. E a noite, outro.
Explico. Logo no começo da tarde, já falando como ex-presidente do PTN, Júnior Luiz literalmente jogou farofa no ventilador. Estava consolidada pela Nacional do partido a articulação para trocar o comando da legenda no Estado. E a culpa pela precipitação dos fatos pode ter sido justamente de Júnior Luiz, quando literalmente “puxou o tapete” do vereador Folha no comando do partido na capital.
O ato forçou Folha a ir atrás de aliados. Primeiro, do próprio prefeito Raul. Depois, do senador que apoiou na capital ( lembram que o vereador subiu nos dois palanques? Apoiou Marcelo e João Ribeiro).
O que veio em seguida foi uma série de lances num verdadeiro jogo de xadrez que termina com todo mundo assumindo em público o que já ia nos bastidores há 15 dias. José de Abreu se convenceu de que o PTN com Jr. Luiz não iria a lugar nenhum. E que encostado em João Ribeiro vai longe.
Antes disto, é bom fazer o reparo, o ex-deputado e presidente do partido ofereceu a presidência à Solange Duailibe, deputada estadual. Não era possível para a primeira dama assumir a incumbência. Tentou com Raul Filho, que polido, explicou: não pode deixar o PT depois de brigar tanto para ficar.
Saldo da articulação: José de Abreu queria o comprometimento pessoal do senador João Ribeiro. E tendo conhecido Cínthia num jantar recente, ficou bem impressionado com a capacidade de articulação da mulher do senador. Que justiça seja feita, fez sua parte na mobilização de mulheres na campanha do ano passado e nunca apareceu mais, por que é mulher de um homem de destaque na política, pai de deputada atuante, que tem um filho presidindo outro partido. Enfim: uma família inteira na política. Mas não houve alternativa.
Era isto ou dar a presidência a outro vereador. No caso Divina Márcia, que chegou a ser cogitada, uma vez que Folha já preside o municipal. Mas a direção nacional do PTN queria mais. Quer fazer estadual e federal nas próximas eleições. Garantia que poucos podem dar.
O segundo ato: jantar na Pousada
Bem, voltando a sucessão de Palmas, em que a briga do PTN é apenas um elemento, uma coisa leva à outra.
A entrada de Luana Ribeiro, “com força”, por assim dizer, na disputa por espaço para se lançar em busca da prefeitura da capital, meio que polarizou a discussão na imprensa entre ela e Marcelo Lélis. E o que aconteceu? os demais pré-candidatos foram caindo no esquecimento.
A aproximação de Raul e Ribeiro, pública em diversos eventos, mais o lance do PTN acendeu a luz amarela entre os quatro: Edna Agnolin, Vanderlei Barbosa, Alan Barbiero e Eli Borges. Este último, de um PMDB complicado, mas que a princípio, é parte da aliança que elegeu Raul pela primeira vez, e faz parte do governo do petista.
No jantar de ontem, testemunhado por poucos, já que o local escolhido (restaurante do Pousada 2) é pra lá de discreto, os companheiros de Raul foram ao prefeito perguntar justamente pelo acordo, aquele velho acordo de 2008. Que era o sucessor, ou sucessora sair do grupo que levou Raul à vitória.
De concreto ouviram que o prefeito continua com eles. Embora ninguém no grupo duvide da importância e do valor de uma aliança com o PR de João Ribeiro. A pergunta no entanto é: o PR é governo na sucessão de Palmas, ou é oposição? Outro dado: Luana, que exibe maior musculatura na briga pela pré-candidatura do partido, ainda não procurou o grupo de Raul para conversar.
No jantar de ontem, cujo cardápio foi mais que peixe, o que o quarteto conseguiu de Raul foi a garantia de apoio para o nome do grupo que estiver melhor na avaliação a ser feita no começo do ano. Que não é necessariamente quantitativa, mas também qualitativa sobre quem tem melhores chances de vencer a eleição, conquistar mais segmentos da sociedade e emplacar uma alternativa real à candidatura de Marcelo Lélis(que já perdeu uma, vem forte e ao que tudo indica com o governo do lado).
O que ficou claro no grupo, é que as portas estão abertas a novos pré-candidatos (Aragão, Luana, e até Ivory, pelo PT), mas a prioridade é o núcleo central que cerrou fileiras com Raul. Dos quatro, ao que parece, quem menos arrefeceu os ânimos é a vice-prefeita Edna Agnolin, que ontem mesmo reuniu 150 amigas, para um encontro de mulheres.
Lá, deixou seu recado: não desistiu, é pré-candidata e a conversa recente com Lélis não quer nem de longe indicar possibilidade de apoio. A se considerar tudo que foi publicado desde 2008 sobre acordos, Edna teria prioridade dentro do grupo.
Mas como o que vale mesmo é voto e a melhor aliança, tudo pode acontecer deste final de novembro até março de 2012.
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