Indústria do Tocantins foi uma das que menos demitiu durante a pandemia, diz pesquisa

Estudo do IEL mostra que 72% de empresários e executivos do setor mantiveram empregos de seus colaboradores, mesmo com a crise econômica.

Crédito: Reprodução

A pandemia do novo coronavírus não atingiu somente o setor da saúde no Brasil. Com a economia estagnada, muitas empresas precisaram demitir funcionários. Uma pesquisa realizada com empresários e executivos de indústrias do estado vai na contramão dessa tendência. Mais de 70% dos entrevistados afirmaram que não optaram por dispensar colaboradores como forma de enfrentamento à crise. 

 

A pesquisa realizada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) ouviu 235 empresários e executivos tocantinenses entre os dias 24 e 30 de abril, cerca de 40 dias após o início do isolamento social no estado. Os dados mostram que o índice de demissão no setor industrial foi de 28% no estado, sendo 24% em Palmas, 25% em Araguaína e 34% em Gurupi. O setor com o maior número de empresários ouvidos foi o de indústria mecânica, metalúrgica e material elétrico. 

 

“A pesquisa teve o objetivo de mensurar o impacto da pandemia nas indústrias tocantinenses”, comenta a superintendente do IEL, Roseli Sarmento. A consulta, segundo ela, será reaplicada no fim desse mês. “Isso para manter as empresas, órgãos públicos, sindicatos, entidades representativas e sociedade em geral munidas de informações sobre a real situação da economia do nosso estado”, justifica. 

 

Os dados mostram também que, nos primeiros 40 dias de isolamento, as empresas decidiram adotar medidas como antecipação de férias e uso das medidas provisórias editadas pelo governo federal para afastar os colaboradores momentaneamente. “Isso leva a crer que as empresas têm responsabilidade com a geração de emprego e renda na cidade, não foram demitindo logo de imediato”, reforça Roseli Sarmento.     

 

 

O estudo também revelou que 76% dos entrevistados acreditam que as medidas de isolamento social afetaram negativamente os negócios, como queda nas vendas e na produção e redução de faturamento. 

 

Pouco mais da metade das empresas consultadas tiveram redução que variou entre 50% e 80% de faturamento durante a quarentena. Uma em cada quatro afirmou ter paralisado todas as atividades no período de isolamento. 

 

“O quadro é preocupante. Honrar os compromissos financeiros vai ficando mais difícil com o passar dos dias”, lamenta a superintendente do IEL. O estudo revelou que 69% dos entrevistados defendem, para a retomada das atividades e da economia, mais acesso a crédito, flexibilização de prazo de pagamento e apoio financeiro do governo, além da abertura do comércio. “É necessária essa reabertura e, após isso, ter incentivos financeiros que visem ajudar nessa retomada”, resume Roseli.

Comentários (0)