Hoje eu estava lembrando da primeira eleição em que tive a oportunidade de votar. Não via a hora que chegasse aos meus 16 anos para poder exercer o meu papel de cidadã. Por mais que fosse somente um voto,eu acreditava que poderia mudar muita coisa. Tolice a minha.
Lembro o dia em que meu irmão disse: agora você já é uma cidadã, já pode votar. No dia das eleições, fui com isso na cabeça, com meus 16 anos completos. Fui às urnas, eram as eleições para a Presidência da República, parecia que eu estava com algum poder em minhas mãos. Sentia-me importante, uma cidadã brasileira, com orgulho.
Eu achava que poderia eleger alguém que pudesse mudar o mundo, acabar com a fome daqueles que morrem por esse motivo, abrigar aqueles que não tem casa, e dar emprego a todos que precisam, mas, novamente: tolice a minha.
Enfim, fui até a urna, coloquei o número do meu candidato e confirmei. Pronto, a minha escolha já estava feita. Saí da sala com um sorriso de orelha a orelha, e com o peito estufado, na certeza que estava mudando o mundo.
Mas, depois de algum tempo, aquele sorriso não se abriu ao votar pela segunda vez, pois no decorrer dos primeiros anos não vi mudanças. Desculpe, estou enganada, houve mudanças sim, mas não para o progresso e, sim, para o regresso. Sei que não deve ser fácil governar um País, um Estado ou uma cidade. Mas sei também que mentir, prometer, não cumprir, roubar, também não é fácil para aceitar. Às vezes eu acho que eles pensam que somos bobos, ou coisa assim, ou que sofremos de amnésia, que não somos capazes de lembrar de nada.
Quero lembrar que não estou escrevendo isso para puxar o saco de ninguém, isso, se alguém ler. Nem para questionar os candidatos, mas sim o nosso voto.
A questão é: Estamos na reta final das Eleições 2008.Para cada Partido resta a confiança da vitória do seu candidato. Já para os cidadãos: a decisão da escolha, e a dúvida: Em quem nós vamos votar? Quanto aos candidatos, o papo é o mesmo: Promessas. Sabemos que é mais que poderão cumprir, mas enfim: prometem.E continuarão prometendo até que haja pessoas que acreditem.
Mas em quem vamos “fazer” que acreditamos dessa vez? Sinceramente, não vejo nada de democrático, pois não temos opções. Bom deixa pra lá, essa já é uma outra história.Mas, o que me fez escrever esse artigo não foram os candidatos, foi o povo.
Foi um comentário que escutei quando estava voltando do trabalho. Duas pessoas comentavam sobre em quem votar, a resposta só me fez confirmar algo que eu já sabia. - Vou votar em quem está liderando as pesquisas.- Porque? (o que mais me impressionou foi a réplica) - Porque eu não quero perder meu voto, nem jogar no lixo, pelo menos vou votar em quem vai ganhar, conforme as pesquisas mostram.
Isso me fez perceber o quanto somos preocupados em votar em quem “aparentemente” vai ganhar. Não importa o que faça, contanto que o meu voto não seja “perdido”. Na verdade, por pensar assim, o voto já está perdido.Sabe o que eu acho? Essa história de pesquisa só atrapalha. Ninguém quer perder seu voto, ninguém quer jogar o voto no lixo, a nossa tendência é votar em quem aparentemente está com o maior percentual de votos, o que implica muito na hora de votar.
Como podemos saber qual a preferência do povo em uma determinada cidade com aproximadamente 180 mil habitantes, se são entrevistadas somente 500 pessoas? Imagine que vamos votar em quem achamos que seja o “melhor” em nosso ponto de vista, ou melhor, dizendo: o menos pior, e uma pesquisa nos mostrasse que o nosso candidato não é o líder, e mudássemos nosso voto para quem está liderando, para não perdê-lo? Ou como a garota disse: não jogar no lixo. É o que a maioria pensa.
Mas sabe o que me acalma nessa história toda? É que faltam só 3 dias.O período político está encerrando, e segunda-feira você vai encontrar aquele candidato na rua (se é que ele vai sair do seu lar). Aquele que pediu seu voto gentilmente, será que ele vai olhar na sua cara ou agradecer pelo seu voto?
Enfim, no dia 5 de outubro de 2008, vamos mais uma vez nos deslocar das nossas casas, ir para o local de votação ou para a cidade de origem, e ir às urnas.Não se preocupe, não vou finalizar falando aquelas frases feitas de democracia, nem falar que o voto é o poder que você tem para escolher quem vai governar nossa cidade nesses quatro anos, pois essa lenga-lenga todo mundo já sabe decor. Mas eu não posso deixar de dizer: jogue o seu voto no lixo, pois senão, de nada valeria esse artigo.
Calma, é claro que quando me refiro a “jogar no lixo” é no bom sentido, quero dizer para você arriscar. Vote em quem você acha que venha “valer a pena”, afinal é uma oportunidade que temos para colocar, literalmente, o dedo onde fomos chamados, como diz o ditado popular,ou vice-versa. Sei lá, esse papo de política já me deu dor de cabeça.
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