Justiça federal a serviço de quem precisa: um alento em meio ao caos

O pátio de frente à sede da Justiça Federal está lotado há dias. O movimento deve continuar assim até sábado. Caravanas chegam do interior trazendo gente necessitada de justiça tanto quanto de outros itens básicos à sobrevivência. Doentes em busca de...

Uma boa notícia para variar nesta quarta-feira calorenta de Palmas. A Justiça Federal no Tocantins está sacudindo a praça com o mutirão de atendimentos do juizado especial que está dando resposta rápida para processos que se arrastavam com a lentidão que é peculiar a questões previdenciárias.

Explico: quem não conhece a dificuldade que é hoje no Brasil – e por extensão, no Tocantins – conseguir uma aposentadoria? Diante de tantas fraudes e desvios que saquearam os cofres da previdência nos últimos anos, o INSS se fechou e passou a dificultar a concessão de benefícios.

Os que mais sofrem não são os bandidos de colarinho branco que conhecem bem a legislação e os mecanismos para burlá-la, mas os menos esclarecidos dos seus direitos. Pois é esta gente que anda lotando ônibus e chegando em caravana para audiência com sete juízes – um de Minas Gerais, um de Goiás e os outros do Tocantins – na esperança de verem seus problemas solucionados.

A expectativa é que sejam atendidos até sábado 5 mil casos. E não são poucos os que saem felizes, com seus problemas resolvidos. As histórias de vida foram registradas e contadas pela repórter Clarete Almeida em matéria de hoje neste portal.

Em dias de tanta confusão de valores, interferências políticas e práticas escusas no judiciário, é bom ver uma luz brilhar através de uma iniciativa como esta, que dá resposta rápida à sociedade.

Em meio aos absurdos que se vê nos mecanismos que colocam dificuldade à concessão de benefícios legítimos a trabalhadores rurais ou pessoas incapacitadas pela doença estava um caso de uma senhora com esclerose, acompanhada pela filha. O representante do INSS se recusava a permitir que a filha, sua acompanhante, relatasse o problema. E insistia que a idosa, com lapsos de memória, contasse sua história.

É assim que centenas de casos vão se amontoando na fila. Pelos juízes federais nestes dias tem passado processos que aguardam desde 2009 uma solução. A expectativa é que muitos deles saiam da gaveta e as pessoas voltem para casa com uma resposta da justiça às suas demandas e necessidades.

Um alívio e um alento em meio ao caos que tem sido depender da justiça no Brasil.

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