Kassab vence em SP e lava a alma do DEM

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Acabei de ver o ranking dos partidos nas capitais, em número de prefeitos em todo Brasil. O PMDB é o grande vitorioso, e o DEM, o que tem menos, apenas uma prefeitura. Mas, em política às vezes menos é mais. E como disse Alexandre Garcia esta noite ao comentar o resultado das eleições, "é uma só, mas é São Paulo". A metrópole que ocupa o posto de mola propulsora da economia brasileira sempre influenciou a política nacional.

Lula, ao votar, disse que "não... uma eleição não interfere na outra". Sem chance. Interfere sim.O mapa dos prefeitos eleitos na capital já traça o cenário para a sucessão presidencial. E o PMDB, me arrisco a dizer, será o fiel da balança que o extinto PFL - hoje DEM - já foi em outros tempos.

É certo que o presidente foi incensado como um deus inatacável nas eleições em todo país. Nisso Lula tem razão, ninguém - ou quase ninguém - atacou o governo federal. Afinal, o homem é hoje quase uma unanimidade. Tanto que até candidatos do DEM, tentaram se ligar à imagem do presidente (tss). Em que pese toda a popularidade de Lula com o povão, e o respeito conquistado junto à classe média brasileira pelas conquistas da economia, a eleição do sucessor - ao que tudo indica, sucessora - não será automática para o presidente.

Transferir votos é uma tarefa árdua, mesmo para quem está bem na foto. Ao ganhar São Paulo, o DEM provou que não há unânimidade. Ao ficar na frente do ranking o PMDB mostrou que é sábio o caminho da mediação. O presidente tem a caneta, tem as verbas, tem a popularidade, mas não tem o terceiro mandato. E amanhã as eleições são outras. Por enquanto, o DEM de São Paulo comemora, e lava a alma do partido em todo Brasil.

Roberta Tum

roberta@blogdatum.com

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