Lar Batista: 73 anos de cuidado, amor e doação à crianças em situação de risco

Desde 1942 o Lar Batista já mudou o destino de cerca de 200 crianças em Palmas. A Instituição cuida de crianças e adolescentes em situação de risco e sobrevive de doações.

Desde 1942, uma Instituição genuinamente tocantinense tem mudado a vida de crianças e adolescentes em situação de risco, o Lar Batista F. F. Soren, que acolhe crianças e adolescentes em situação de abandono, abuso e exploração. Atualmente, 20 crianças moram no Lar, que é uma filiação da Junta de Missões Nacionais, instituição responsável juridicamente pelo Lar.

 

Crianças em situação de risco

Só em Palmas, desde 2010, cerca de 200 crianças foram atendidas no Lar. As crianças a partir de quatro anos de idade, são encaminhadas pelo Conselho Tutelar por meio de mandado judicial. O tempo de permanência delas na Casa é de dois anos ou até que completem 18 anos.  Elas também saem por meio de mandado judicial.

 

“Quando elas saem, principalmente aquelas que não têm família, têm o nosso encaminhamento, nós não deixamos as crianças nas ruas”, disse o diretor administrativo e responsável pelo Lar, pastor Robson Rocha. Segundo ele, já houve casos raros de adolescentes que voltaram à situação de risco. Há casos em que as mães das crianças se tratam do vício das drogas em outras instituições.

 

De acordo com o diretor, as crianças chegam arredias no Lar, mas em cerca de três meses se adaptam à nova rotina, à nova família. “Com o passar do tempo a criança que chegou aqui já é outra, ela aprende valores, maneiras. Nossos ensinos são pautados nos valores da Bíblia, elas aprendem a dar amor, o que lá fora elas não aprenderam”.

 

No Lar, além de aprenderem e serem educadas como uma família, as crianças participam de aulas de balé, judô, libras, teclado e coral. As aulas são dadas por voluntários.

 

Sustento

De acordo com o diretor administrativo, durante toda a existência, o Lar sempre foi sustentado por meio de doações. “O Lar sobrevive de doações de pessoas físicas, igrejas, pouquíssimas empresas até de fora do Estado. As pessoas podem doar, e doam, sem um valor fixo mensal, na conta bancária do Lar”, explicou.

 

O terreno, que fica em Luzimagues, (saindo de Palmas fica logo após a Ponte Fernando Henrique Cardoso), tem 40 mil m² e também foi doado. As casas onde moram as crianças foram construídas com a ajuda de Igrejas Batistas de todo o Brasil.

 

Segundo o diretor, durante a história do Lar, as contas fecharam, graças às doações: “Providência, não existe outra forma. Sou diretor no papel, mas na verdade eu sou vice-diretor, porque o verdadeiro diretor, quem manda e comanda aqui é Deus, porque só Deus para sustentar uma Instituição como essa, nunca faltou nada e nós somos abençoados desta forma”.

 

Conforme o pastor, o Poder Público não ajuda a Instituição, há não ser no caso do transporte das crianças à escola, que acontece de segunda a sexta, por meio de transporte oferecido pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc).

 

“Sentimos falta tanto do poder público estar aqui mais presente, quanto de pessoas, voluntários, talvez porque o Lar não seja ainda tão conhecido como deveria ser”, explicou o diretor, ao falar das dificuldades da Instituição. “Algumas pessoas não ajudam porque não conhecem. Além disso, o Lar fica do outro lado da ponte, e até pra conseguirmos voluntários fica difícil.”

 

Um exemplo de Mãe

O Lar possui quatro funcionários, além das mães sociais. Elas são mulheres que trabalham e moram de forma voluntária remunerada, nas Casas com as crianças e fazem o papel de mãe, cuidam, alimentam, educam. Atualmente, o Lar possui três blocos ou Casas, que têm quatro mães sociais.

 

Uma dessas mães é Tânia Araújo, que abdicou do próprio lar e da família e veio de Alagoas, no Maceió, para se doar ao trabalho com as crianças. “Quando eu era adolescente sentia um forte desejo de trabalhar no campo missionário e com o passar do tempo Deus me deu a oportunidade e eu disse sim, foi quando eu me apresentei à Junta de Missões Nacionais, comecei um processo seletivo e depois de dois anos participei de um treinamento e vim para este campo”.

 

Tânia cuida de cinco meninas, que moram na “Casa das Princesas”, já que cada casa possui um nome específico. “É o mesmo cuidado e trato que uma mãe tem para com um filho, não há nenhuma diferença. A gente se afeiçoa, é um papel de mãe”, explicou a mãe social, já há quatro anos.

 

História

O Lar Batista nasceu na cidade de Itacajá (TO), em 1942, fundado pastor Francisco Colares, missionário da Igreja Batista que trabalhava com indígenas. A ideia da Instituição surgiu quando o pastor, ao encontrar três crianças abandonadas na rua, as acolheu. Só em 2010 o Lar foi transferido para o distrito de Luzimangues, da cidade de Porto Nacional.

 

Aniversário

O Lar completou 73 anos no próximo dia 30 de maio e tradicionalmente comemorou com uma festa aberta a toda a população.

 

As doações à Instituição podem ser feitas pela conta bancária abaixo:

Bradesco

AG. 1725-6

C/C 500.222-2

Lar Batista F.F. Soren

Contato: (63) 3574-3020 / 9911-3755

 

 

 

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