Um aplicativo (App) chamado “Lulu” deu o que falar na última semana nas redes sociais do Estado e de todo Brasil. A polêmica gira em torno das funções oferecidas por ele, onde mulheres, anonimamente, podem “dar notas” para os homens. O app é vinculado com o facebook, por isso o serviço oferecido, automaticamente, “cria” um perfil do usuário do sexo masculino no Lulu, sem autorização.
O T1 Notícias conversou com algumas mulheres e com alguns homens da Capital para saber suas opiniões sobre o que acham do aplicativo.
A bióloga Silvana Lustosa, que é casada, disse que não conhecia o App. “Gente, não estava nem sabendo. Qual o nome do aplicativo mesmo e para que serve?”, questionou. Quando a reportagem explicou para ela sobre do que se tratava e que seu marido poderia ter sido avaliado por outras mulheres, ela decidiu que daria uma espiada no aplicativo. “Vou verificar agora”, afirmou.
A publicitária Luciana Borges, moradora de Palmas, garantiu ao T1 Notícias que o App está fazendo o maior sucesso com as mulheres tocantinenses. “Os homens ainda não sabem muito. Ele é básico e a vantagem é que não identifica você, mas muita gente faz para sacanear mesmo”, afirmou.
Ela disse que não gostou do aplicativo e explicou como funciona a avaliação masculina. “É feita em respostas do tipo, no que ele é melhor e no que ele é pior. As respostas são definidas pelo aplicativo e não pela pessoa, por isso não gostei muito”, declarou.
A estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Ohanna Patiele afirmou que acha o Lulu uma bobagem, pois é controverso fazer com os homens o que elas, mulheres, sempre condenam. Ela também acredita que ele pode ser utilizado como um instrumento de vingança ou de zuação.
“Além disso, não podemos levar em consideração como uma pessoa foi com a outra, porque relação é uma via de mão dupla. Ele pode ter sido um canalha com uma e um príncipe apaixonado com outra. O que me preocupa muito é essa ‘coisificação’ que vivemos, e o Lulu é isso. Vamos dar preço ou nota para os meninos e ver se vale a pena comprar ou consumir”, completou ao explicar sua opinião sobre o App.
Como o aplicativo é restrito a pessoas do sexo feminino, algumas mulheres aderiram ao Lulu para mostrar aos amigos como outras mulheres os "avaliam". Andreia Ibiapina, estudante de Engenharia de Alimentos da UFT, disse que não acha o aplicativo sério, mas que fez o download do mesmo dar esse auxiliar aos seus colegas. “Baixei para tirar print e mandar para os meus amigos as avaliações deles”, alegou.
Homens
O técnico administrativo municipal Luis Barreira disse que o aplicativo também está dando o que falar entre o público masculino e que soube da existência dele através de comentários nas baladas. Ele definiu o Lulu como “mais um complicador das paqueras atuais”. “Já não basta ter que conquistar a menina, temos que conquistar as amigas dela também para ver se a gente fica com uma nota razoável”, brincou.
Outros homens acreditam que o Lulu é apenas mais um aplicativo que “estourou” por um momento e que as mulheres logo perderão o interesse. O consultor de Viagens Júnior Ribeiro de Morais disse que acha o app “desnecessário”. “Eu não perderia meu tempo dando opinião e avaliando alguém”, afirmou.
Em algumas matérias veiculadas na mídia nacional, foi observado que alguns homens já entraram com processos por causa das “notas” e avaliações que estão recebendo.
O advogado Salustriano Lucas declarou ao T1 Notícias que não há como processar as “avaliadoras” já que elas são anônimas, mas que o homem que se sentir prejudicado pode pedir a exclusão do seu perfil da rede social. “Uma vez que você não se cadastrou nela, você pode pedir a retirada do seu nome. Já existem processos contra o Lulu por danos morais”, destacou.
Ele afirmou ainda que caso alguém se sinta lesado, poderá entrar com uma ação contra o Lulu, ou contra o facebook, por ter fornecido informações.
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