Realizada do dia 25 a 03 de agosto a Feira Literária Internacional do Tocantins, Flit receberá no dia 26 os representantes da cultura popular do Nordeste, na Estação Cordel,a partir das 19 horas desta terça-feira.
A primeira apresentação será de Manoel Monteiro. Pernambucano que reside em Campina Grande é o principal mentor do movimento conhecido como Novo Cordel, que vem inserindo o cordel nas escolas brasileiras como um instrumento de aprendizagem. Manoel tem uma coleção “Paraíba, sim senhor”, patrocinado pelo Banco do Nordeste e o livro sobre Augusto dos Anjos foi transformado em documentário pela TV Cultura.
Manoel Monteiro é considerado o cordelista com maior produção no Brasil, que inclui diversas áreas de atividades humanas. Dentre a sua produção estão “O milagre do algodão colorido” e “Um menino de engenho chamado Zé Lins do Rego”. Ele é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
“As minhas asas para levantar voo do ninho paterno, foram os folhetos de cordel. E tão bem coladas foram estas asas, que ainda hoje eu continuo voando...”, versos de Manoel Monteiro.
Repentes
A peleja de versos entre dois cantadores desta terça-feira, 26, às 20 horas, ficará por conta dos poetas populares Moacir Laurentino e Geraldo Amâncio. Laurentino é paulista, reside atualmente em Campina Grande, Paraíba, tem 45 anos de carreira, com um legado composto por 16 CDs e 3 DVDs gravados. Vencedor de mais de 200 festivais, desafios e competições do repente.
Geraldo Amâncio nasceu no Ceará, venceu mais de 150 festivais, é autor de duas antologias de cantadores e participou de encontro dos países de língua portuguesa a convite do Museu Nacional de Etimologia, em Lisboa e da X Mostra Internacional de Improvisadores de Maiorca, na Espanha. Ministrou cursos sobre cordel e cantoria, na Universidade de Coimbra, em Portugal.
“Cantador canta ligeiro, evolui no pensamento, tocando o seu instrumento, sem mudar o seu roteiro”, dessa forma Geraldo Amâncio expressa a arte do repente e a sua vida.
Expectativas
A servidora pública do Tocantins, Marta Helena Araújo, já está curtindo a programação da Estação Cordel. Ela cresceu no interior da Paraíba, ouvindo os seus pais Adiel Barbosa e Inês Araújo, declamando cordéis. Mesmo residindo em Palmas, Marta se comunica com os repentistas de sua terra, participa das atividades na Casa do Cantador, do Clube do Repente e dos Encontros de Violeiros.
“O cordel é a expressão máxima da cultura nordestina. Ao som da viola, o repentista tira o verso no improviso de forma harmoniosa e surpreendente. Agradeço aos organizadores da FLIT pela iniciativa da Estação Cordel que será uma forma de divulgar os grandes nomes da cultura popular brasileira”.
Origem do cordel
O cordel surgiu na Europa, na Idade Média, época em que os livros eram raros e inacessíveis. Um dia por semana, as pessoas se reuniam na feira e lá existiam os catadores que recitavam ou cantavam em forma de versos, os fatos reais ou históricos, as crendices e os causos. O cordel veio para o Brasil por meio dos colonizadores portugueses.
Comentários (0)