“Fico triste com esta situação, com todo respeito que tenho ao governador, por que acho que o PMDB é grande, é forte, e todos devem ter o direito de se expressar”. Com estas palavras o ex-governador Macelo Miranda (PMDB) resumiu na manhã deste domingo, 6, a frustração em torno do fim dos entendimentos que poderiam levar o PMDB a uma chapa única nas eleições de hoje.
Marcelo Miranda (PMDB) disse que até ontem tudo caminhava para o entendimento, e que o deputado Osvaldo Reis (PMDB) havia chegado a conversar com ele sobre isto. “Minha expectativa era de entendimento entre estes dois grandes líderes do PMDB, Moisés Avelino e Osvaldo Reis, assim como dos demais companheiros”, disse.
Vantagem para o governo
A disputa chega ao seu dia decisivo com maioria esmagadora para a chapa do governo. Para isso os aliados de Gaguim entraram em campo com todos os trunfos disponíveis para quem tem o poder em mãos. As questionadas demissões de peemedebistas que integram o governo e estavam apoiando a chapa de Avelino (com o aval de Marcelo Miranda) ajudaram a incendiar o processo.
Por telefone, os deputados estaduais ligados à Gaguim fizeram a sua parte, falando diretamente com prefeitos e convencionais. O recado era claro: o governador tem candidato e o candidato é o Osvaldo. Quem é companheiro do governo, está com o governo. E quem não está, é adversário. Mesmo compondo o PMDB.
Candidaturas em debate
A antecipação do debate em torno das candidaturas para o ano que vem também interferiram na disputa que se define hoje. Marcelo Miranda é pré candidato ao senado. Uma vaga que Leomar Quintanilha quer disputar e Osvaldo Reis também quer.
Desde a reunião do diretório para acertar a convenção partidária que indicou Gaguim ao governo nas eleições indiretas que a relação entre os grupos azedou. A disputa de hoje foi desenhada lá, quando Gaguim levantou-se e deixou a reunião bradando em alta voz: “não negocio a presidência do PMDB”.
As razões de Gaguim
Dono de um estilo mais impulsivo e menos conciliador o governador Carlos Gaguim tem seus motivos para fincar o pé, e querer infligir ao grupo de Avelino, Marcelo Miranda, Eudoro e outros uma derrota. É que para ser governador teve que enfrentar a resistência de todo este grupo, que não o queria no cargo.
Com habilidade, jogo de cintura, e falando a língua dos deputados (eleitores privilegiados) Gaguim conseguiu vencer a batalha interna, já que com outras pedras no jogo, tinha garantido a maioria na Assembléia. Para chegar onde está, o governador teve que contar com Osvaldo Reis, João Ribeiro, e outros aliados que não seus companheiros de partido.
PMDB rompido
Ao optar pelo embate e colocar claramente isto para os companheiros e para a imprensa, Carlos Gaguim faz uma escolha decisiva neste domingo. Sem conciliação o PMDB hoje se rompe definitivamente. E mesmo que o grupo de Avelino e Marcelo Miranda fique com a menor fatia do bolo na divisão dos votos do partido, a eleição deste 6 de dezembro terá grandes reflexos sobre a de outubro do ano que vem. Quem viver verá.
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