O Novembro Azul é um movimento criado para alertar os homens sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Segundo o médico oncologista Fabiano Coelho, do Instituto Oncológico do Tocantins, a homenagem é uma alusão ao Outubro Rosa, que chama a atenção das mulheres para diagnóstico do câncer de mama.
“A principio o movimento foi criado para chamar atenção para o combate a diabetes. Mas como em 17 de novembro se criou o dia do combate ao câncer de próstata, resolveu se criar, em alusão ao Outubro Rosa, o Novembro Azul. Não só para o câncer de próstata, mas para todas as doenças masculinas”, contou.
Segundo o médico, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele, e é também o 6º em mortalidade dos que falecem de câncer no mundo.
A médica oncologista, Marina Vasco, da Clínica Oncológica de Palmas, lembrou que a recomendação é que os homens com fatores de risco devem procurar o médico urologista aos 45 anos de idade, para aqueles com fatores de risco e aos 50 anos para a sociedade em geral. “Fator de risco é considerado nos casos em que o homem já tem algum caso na família, principalmente”, disse.
Exame
Ambos os médicos disseram que o toque ainda é o exame mais preciso para diagnosticar o câncer de próstata. No entanto, Fabiano Coelho disse que “o exame do toque é importante, mas não é o único. O de sangue, PSA, também diagnostica alterações que indicam o câncer. Com os dois juntos o médico consegue melhorar o diagnóstico precoce”.
O médico lembra que descobrir mais cedo o câncer de próstata aumenta em 90% as chances de cura. “Quando o paciente chega a ter sintomas, o câncer pode estar avançado. O homem pode verificar pela perda da força do jato urinário, urina várias vezes ao longo do dia, dificuldade em urinar e para começar a urinar e pode ter sangramento”.
Para a médica oncologista Marina Vasco, “o exame de sangue sozinho não é suficiente para diagnosticar o câncer e o ideal mesmo e que o toque seja feito e depois a biopsia”.
Preconceito
Os médicos retrataram ao T1 Notícias que a maior dificuldade atualmente ainda é a questão do preconceito. “Sem dúvida o preconceito ainda é o maior desafio. Os homens com sintomas demoram muito a procurar um médico e os que não apresentam sintomas mais ainda”, disse Marina Vasco. A médica citou o caso dos Estados Unidos, que “por causa do preconceito, faz campanhas direcionadas as mulheres, para que elas levem seus companheiros, pais, filhos ao médico”.
Tratamento
Segundo o médico, o tratamento do câncer de próstata envolve três profissionais que são o radioterapeuta, cirurgião e oncologista. O diagnóstico é feito pelo médico urologista. “Cada situação é avaliada individualmente. Aqui no Tocantins temos os três tipos profissionais, mas a radioterapia só é feita em Araguaína”, afirmou Fabiano Coelho ao lembrar que as duas únicas capitais do Brasil sem radioterapia são Palmas e Boa Vista (RR).
Em Palmas, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), existe uma área técnica de Saúde do Homem, que trabalha ações estratégias para melhorar o atendimento e a promoção da saúde aos homens. Estas ações estão inseridas na rotina de atendimento das Unidades de Saúde da Família (USF`S).
“Dentro da política de saúde do homem, algumas USF´s realizam ações especificas, como a formação de grupos de homens e atendimento de saúde em horário diferenciado, a partir das 18h, com objetivo de levar até a USF´s os homens que trabalham e não tem tempo para ir a Unidade de Saúde. Neste mês, no atendimento aos homens, as equipes estão fazendo um trabalho educativo referente à prevenção ao Câncer de próstata”, informou a Sesau.
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