O governo do Tocantins tem descoberto novos problemas a administrar a cada dia que passa e novos relatórios são feitos, especialmente na área fundiária. Este do Itertins seria até cômico, se não estivesse a ponto de provocar uma tragédia com a tensão provocada entre antigos proprietários, com títulos do Iterma - Instituto de Terras do Maranhão e os novos, com títulos de 2010, autorizados pelo Itertins.
Podem até dizer que os limites entre os dois estados também é motivo de discussão e querelas judiciais e que há um grupo com a incumbência de tratar disto. Mas é o tipo de desculpa esfarrapada,que não cola. Simplesmente por que existe uma divisa em vigor: a que está na Carta do Exército Brasileiro.
Mais que isto: a divisa é demarcada por um ribeirão, o Manuel Alves Grande. Pois olha só o que fizeram: trocaram o nome do rio, para fazer parecer que as terras são no Tocantins. As coordenadas no entanto, não mentem. E foi assim que a comissão técnica do Itertins descobriu o engodo, logo no começo do levantamento.
Para complicar, vieram os proprietários das terras, que estariam sendo invadidas pelos novos proprietários tocantinenses, na tentativa de geo referenciar o terreno. E está feita a confusão. Os maranhenses foram ao presidente do Itertins, pedir o cancelamento dos títulos tocantinenses, que é o correto. O instituto infelizmente não pode resolver tudo administrativamente.
É que o Cartório de Campos Lindos, cujos cartorários obviamente devem conhecer os limites do município onde trabalham, registrou os títulos. E as coordenadas lá, como a gritar que aquelas terras não podem ser registradas como tocantinenses, por instituto tocantinense, pois ficam no Maranhão.
Bizarro não? Mas o impressionante é que mesmo as terras estando duplamente tituladas, mesmo havendo lá proprietários antigos, em carne e osso e que brigam quase às vias de fato para não serem invadidos, o ex-presidente do órgão afirma, sustenta e confirma que está tudo certo. E que o erro seria dos técnicos do próprio Itertins, que desconheceriam que aquela área lá pertence ao Estado.
Espantoso.
O trabalho da comissão nomeada por Luizinho, já ficou pronto há um mês. Depois disto foi atualizado, há dez dias. Falta apenas ser submetido ao crivo do governador do Estado para que venha por completo a público. E com ele, pelo visto, novas aberrações serão conhecidas.
Em Goiás, quando alguém quer dar uma de esperto e “empurrar” como verdade uma mentira, na cara deslavada, diz-se que tentaram dar uma de “Joãozinho sem braço”. É o que se pode entender deste caso. Empurraram mais de 35 títulos de terras em território de outro Estado. Na base do "se colar colou". Esquecidos talvez de que o é ilegal não cola. Especialmente se as áreas têm dono e não são, literalmente, “terra de ninguém”.
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