Depois de consultar boa parte das lideranças políticas que compõem o PR, e endereçar nota à imprensa onde pontuava sua insatisfação com o que chamou de “instabilidade política” e “movimentações em torno do governador Carlos Gaguim”, o senador João Ribeiro (PR) jantou na noite de quinta-feira, 25 na casa do deputado Sandoval Cardoso (PMDB).
Ao encontro compareceram o governador do Estado, Gaguim, o senador Leomar Quintanilha, o deputado federal Osvaldo Reis, e os deputados estaduais do PMDB. Ribeiro se fez acompanhar pelo ex-deputado federal Edmundo Galdino. “Uma testemunha da conversa”, disse ao Site Roberta Tum, um dos que estiveram no encontro.
A conversa foi educada, e começou com o desabafo do senador, que atribuiu à falta de interesse do PMDB o fato de sua pré-candidatura ao governo não ter deslanchado. Ribeiro foi claro: disse que o partido não “abraçou” seu nome como poderia ter feito, para cumprir o acordo feito às vésperas da eleição de Gaguim como governador do mandato tampão.
Depois que falou, o senador teria ouvido dos deputados, que não faltou empenho por parte do PMDB. De bocas diversas, Ribeiro ouviu que “a realidade vista nos municípios” não favorecia a postulação do senador como cabeça de chapa, mas como virtual candidato ao Senado.
Oferecendo a primeira vaga
Segundo uma fonte ligada ao senador, João Ribeiro estava magoado pelo fato do governador ter dito a diversas pessoas - do relacionamento de Ribeiro - que este seria “uma carta fora do baralho” em se tratando de disputa ao governo. Por outro lado o senador teria conseguido confirmar – “sem nenhuma dúvida” – o fato de que o PMDB teria emissários conversando com outros grupos. Inclusive com a União do Tocantins, do ex-governador Siqueira Campos, conforme antecipado por este Site na primeira matéria sobre o chapão.
Com o andar da conversa e o horário avançando, os deputados propuseram então que Ribeiro fosse referendado pelo grupo como o candidato a senador da primeira vaga. “Vamos sair daqui definidos. Vamos bater o martelo”, teria dito um deles. Ribeiro recusou. Disse que assim como o PMDB estava conversando com outras forças, o PR também faria isto.
Subindo o tom
Segundo apurou o Site RT, foi neste momento que o governador Carlos Gaguim subiu o tom da conversa. “É assim que você quer? Então é assim que vai ser”, teria dito ele ao senador. E neste momento, as duas partes se desobrigaram do compromisso. “Então estamos liberados”, finalizou Ribeiro.
Após a conversa, foram todos jantar, e Ribeiro deixou a casa de Sandoval perto de uma hora da manhã, tratado – segundo uma fonte Ribeirista - com a deferência que não recebeu nos últimos três meses. Na caravana durante esta sexta-feira, a maior expectativa dos deputados era quanto a possíveis novas declarações do senador, que segundo alguns, não fechou a porta para compor com o PMDB.
O senador é esperado no sábado em Formoso do Tocantins, onde fez compromisso com o prefeito Pedro Rezende de estar presente. Ribeiro passou o dia atendendo telefonemas, e vai passar o final de semana atendendo “deputados, prefeitos”, gente que está se reaproximando dele após o anúncio. “O senador vai conversar agora com o grupo do governador Siqueira, e também com o Raul”, me disse um Ribeirista.
Ao afastar-se do governo Gaguim, João Ribeiro parece ter readquirido força própria para discutir com todas as frentes políticas que pretendem disputar o governo. E ninguém duvida que para onde pender, o PR arrastará consigo um patrimônio eleitoral considerável.
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