As pessoas com deficiência representam uma parcela significativa da sociedade brasileira. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem 14,4 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que corresponde a 7,3% da população. Esse grupo convive diariamente com barreiras de acessibilidade, preconceito e desafios estruturais. Ainda assim, um dado chama atenção: boa parte dessas deficiências, especialmente as relacionadas à visão, poderia ser evitada.
No campo da deficiência visual, o cenário exposto por um estudo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) é contundente. Mais de 1,5 milhão de brasileiros vivem com baixa visão ou cegueira, e 90% desses casos são considerados evitáveis ou tratáveis. Apesar disso, exames simples e acompanhamento médico periódico, medidas fundamentais para detectar alterações precoces, ainda são negligenciados. Por isso, iniciativas como o Dezembro Dourado, mês de conscientização sobre a prevenção da cegueira infantil, reforçam a necessidade de cuidados oftalmológicos desde cedo para evitar complicações futuras.
Entre as principais causas de perda de visão estão doenças como glaucoma, retinopatia diabética e catarata. Todas costumam evoluir de maneira silenciosa. O glaucoma, por exemplo, provoca danos irreversíveis ao nervo óptico e, muitas vezes, só apresenta sintomas em estágios avançados. Já a retinopatia diabética causa alterações nos vasos sanguíneos da retina e pode levar à cegueira quando o diabetes não é controlado. A catarata, mais comum com o avanço da idade, prejudica a visão progressivamente, mas tem alto índice de recuperação após cirurgia.
Para o médico oftalmologista do Hospital de Olhos de Palmas (HOP), dr. (nome do médico), identificar alterações precocemente permite intervenções mais eficazes. “Prevenir é sempre o melhor caminho. Quando cuidamos da visão, preservamos a autonomia e a qualidade de vida. Afinal, a cegueira pode ainda estar associada a problemas como a demência e outras doenças. Ao menor sinal de alterações oculares ou a cada um ano é preciso passar por um oftalmologista”, afirmou.
Em meio às reflexões sobre os direitos da pessoa com deficiência, cresce a atenção para a saúde ocular como um tema essencial para toda a sociedade. A prevenção continua sendo a forma mais eficaz de reduzir limitações futuras e promover qualidade de vida, autonomia e inclusão. O movimento do Dezembro Dourado reforça a importância do cuidado oftalmológico desde a infância, ampliando a consciência sobre a prevenção da cegueira evitável.
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