Atendi há quase um mês o deputado Eli Borges na redação do Site Roberta Tum, onde ele nos trouxe uma pesquisa interna que não pode ser divulgada por determinação legal, imposta pelo calendário eleitoral. Não foi registrada, e por isto só servia mesmo para consumo interno.
Nela, o pré-candidato a prefeito do PMDB tinha buscado saber quais as resistências ao seu nome, qual a sua densidade por região, qual a disposição do eleitor de Palmas em votar num projeto da situação (grupo no poder na prefeitura há oito anos), contra o grupo de situação (no governo) que por outro lado é oposição à gestão do prefeito Raul em Palmas.
À época, sua queixa era contra um negativismo que percebia o deputado em torno das chances reais que seu nome tem, nas abordagens da imprensa política do Estado. E nela, nosso veículo incluído.
Pois bem, passadas algumas semanas, um fato é incontestável: a confusão aumentou entre os nomes que o grupo do prefeito tem, uma espécie de desmotivação começa a ficar perceptível na base raulzista em torno deste projeto, e Eli Borges, parece mesmo o mais convicto e motivado a não retirar o nome, e seguir em frente com o que considera uma missão: fazer uma administração diferente à frente da gestão da capital.
O racha no PSB por um lado, a persistência da vice-prefeita Edna Agnolin em colocar seu nome de outro, e o fato político Luana Ribeiro, que é a aposta real do PR numa aliança entre o senador João Ribeiro e Raul na capital parecem embaralhar a cena na cabeça do eleitor.
Enquanto as oposições não têm uma cara, o nome que mais cresce e se fortalece como projeto viável de alternativa à gestão bastante criticada de Raul, é Marcelo Lélis. Do jeito que vai, apostam articulistas políticos inclusive de outros veículos (como Salomão Wenceslau, de O Jornal), Lélis vai fazer um passeio nesta eleição.
PMDB já deixou Eli sozinho uma vez
Mas entrei neste assunto para relembrar um pouco do “modus operandi” do PMDB nas últimas eleições na capital. Eli Borges já foi sabotado de última hora, num momento em que suas chances eram reais de disputar e vencer as eleições na capital.
Agora, o projeto do PV e o nome de Lélis está mais forte. A conjuntura o favorece, pois seu grupo está no governo. Mas Eli não pode ser desprezado como alguém sem chances. Simplesmente por que o maior preconceito que enfrenta está dentro do seu próprio partido.
Digo isto por que voltaram a surgir rumores de que existem pesquisas paralelas apontando novos rumos para a legenda e de que na impossibilidade de que Marcelo Miranda seja candidato em 2014, já existe uma nova articulação em torno do nome da ex-primeira dama, Dulce Miranda.
Segundo fontes do Site RT, numa reunião logo após a última votação do STF em torno do Ficha Limpa, o próprio Marcelo Miranda teria descartado iniciativa neste sentido, e mantido o apoio a que o partido tenha candidatura própria, representada pelo nome de Eli, para propor dentro do grupo das oposições, comandado por Raul.
Comandado por Raul? Esta é a dúvida. Ninguém sabe direito se quem comandará o grupo é de fato Raul, ou se este papel será assumido pelo senador João Ribeiro.
De fato, ninguém anda podendo afirmar com muita certeza o que está pensando ou querendo a oposição ao governo dentro de Palmas.
Uma coisa só, me parece clara no meio de tanta confusão: Eli Borges tem consistência suficiente para representar o PMDB. E o partido lhe deve esta chance. A conversa com o grupo depois é outra. Mas se novamente o PMDB faltar a Eli, estará rotulando o deputado como o eterno “quase” candidato. E lhe dando todos os motivos legais para dizer adeus, e sair pela porta da frente.
Eleição, como se sabe é uma caixinha de surpresas. Basta olhar para trás e observar a última. Qualquer nome que tivesse sido o terceiro candidato a governo teria mudado a história daquela sucessão de Gaguim. A disputa em Palmas está apenas começando, e pode sofrer a interferência de muitos fatores. Eleito mesmo, será aquele que chegar às 17hs do dia 7 de outubro na frente dos outros.
O resto é conversa.
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