No retorno, Marcelo já encontra PT em vias de fechar com Ribeiro e Siqueira

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O governador Marcelo Miranda(PMDB) já está em Palmas, de volta dos Estados Unidos da América, onde passou os últimos dias em viagem oficial, tendo participado de uma das maiores feiras agropecuárias do mundo, conforme a Secom. O quadro político que o aguarda no Tocantins não é melhor do que o deixado por ele ao viajar, logo após ter passado por um pico hipertensivo provocado por um período de extremo stress.

O grande desafio do governador é retomar as rédeas do processo político no Estado, uma vez que o poder da caneta ele tem. O clima perceptível nas conversas em qualquer roda, seja entre políticos ou funcionalismo, é de o governo vive uma espécie de "vácuo do poder" só comparável aos períodos de fim de mandato, em que o titular não concorre à reeleição. Mais do que o poder vigente, Palmas já experimenta aquela tensão pré-campanha que alimenta a perspectiva de um novo poder. Isso é ruim para o governo Marcelo Miranda por vários motivos.

O primeiro, e o maior de todos é que o governo ainda não terminou. A queda de dois governadores trouxe o efeito Rced para o dia a dia de pessoas que nem se lembravam que este processo existia. O inferno astral vivido especialmente em Palmas começou com a derrota da Aliança da Vitória na Capital, passou pela derrota do grupo marcelista à presidência da Câmara Municipal, teve um novo capítulo com a desgastante disputa entre dois peemedebistas na ATM, e desembocou na permanência de Osvaldo Reis à frente do PMDB Regional, depois da tentativa do PMDB palaciano de retirá-lo antecipadamente do cargo.

Na ausência de Marcelo, e sem disputa o PMDB se uniu em torno de Osvaldo, e garantiu ao governador a posição de líder maior do partido, candidato garantido ao Senado. No Texas o governador soube por telefone que os vários grupos do PMDB chegaram a um acordo do qual participaram seus secretários Manuel Bueno e Vieira de Melo. Também no exterior Marcelo recebeu a notícia de que Kátia Abreu é candidata ao governo em 2010, indicada pela executiva dos Democratas.

Muita coisa está acontecendo rápido na política tocantinense e o governador já não pode mais estar ausente, distante ou alheio aos fatos.Se quiser conduzir o processo no qual é candidato Marcelo Miranda precisará contar com mais que a experiência do pai, Brito Miranda. Vai precisar chamar de volta para perto de si os companheiros que construiram seu projeto de poder em 2006.

Além das pendências administrativas que envolvem pagamento de direitos ao funcionalismo, solução para a crise da PM, solução para os problemas do concurso do quadro geral, a agenda do governador tem uma extensa e urgente pauta política. É que o PT de Lula, amigo de Marcelo, está prestes a oficializar aliança com o PR de João Ribeiro. Embora oficialmente todos digam que não, o próximo passo da oposição é sacramentar a aliança dos petistas também com Siqueira e Eduardo Siqueira, isolando o governador no processo.

Ontem ainda eu ouvi de uma fonte petista mais ligada a Raul Filho que a Donizete Nogueira, que a tendência do partido é de caminhar sem Marcelo Miranda rumo à 2010. Em outras palavras isso quer dizer Chapão. Independente do julgamento do Rced (que pode enrolar até o final do ano), está chegando o momento da UT cobrar a fatura do rompimento dos Miranda. E como se diz em Goiás, "na toada que as coisas vão" ninguém se admire se este processo desembocar com Ribeiro e Raul numa chapa com o velho Siqueira na cabeça.

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