Todo Tocantins assistiu aquele trauma que foi a Operação Maet para o judiciário. Três desembargadores afastados em dezembro. Outro, o quarto afastado em nos primeiros meses do ano. Acusações de venda de sentenças, liberação de precatórios fora da ordem da lista. E por fim estas obras paralisadas que já deram tanto o que falar, e sobre as quais defendemos, aqui, que sejam entregues à comunidade que precisa delas.
Se tem superfaturamento – o que não foi provado por ninguém, apesar da suspeita pairar no modo como a direção atual do TJ trata o assunto – mostrem, cobrem, punam. Aliás, estamos falando do judiciário, não é mesmo?
Pois então. Hoje fazem exatos oito meses de deflagrada a operação Maet. E nada, absolutamente nada veio à público para comprometer a presidente afastada do Tribunal de Justiça. Estou falando de evidências, ligações, provas. Gente dizendo que pagou X por uma sentença, e mostrando mensagens de celular e cheques, como já aconteceu em outro caso. Extratos bancários, transferências, coisas do tipo. Sem elementos para apresentar uma ação, o STJ prorrogou o afastamento. E seguem as investigações. Será que patinaram? Não dá para saber em processo sigiloso.
As obras de novo, no centro das atenções
Em dezembro também, o desembargador Antonio Félix mandou paralisar as obras. São 20, na conta que fez Willamara aos deputados no expediente que vai à mesa diretora da Casa para ser lido. De lá para cá tem construtor que já pintou fachada de prédio três vezes para ver se recebe o que está pronto. Sempre por conta da exigência técnica da turma do TJ. Que exige, faz reparos, mas não libera a obra para a comunidade destas comarcas usufruir. E também não paga.
E o que está acontecendo diante do vácuo de provas? a acusada vai se tornando vítima diante de uma situação em que já teve perdas pessoais consideráveis. E com certeza é o que acontecerá se esta situação prevalecer.
Em sua carta aos deputados, Willamara sugere ela própria que uma CPI investigue as obras do judiciário. Aponta que há prejuízo ao erário público com a atual situação. Diz que fez suas contratações como o fazem o TCE e o Ministério Público. E que não teme as investigações.
Se ela não teme e é a principal acusada de ter comando um esquema de favorecimento próprio com aditivos pagos junto com a primeira parcela dos contratos, quem é que teme?
Nas entrelinhas, mágoa tem endereço certo
Nas entrelinhas do que escreve, a desembargadora demonstra que está magoada com aqueles a quem atribui uma trama para envolvê-la na investigação que a afastou, e aponta que uma caça às bruxas começou logo após as eleições. Vejam se descobrem a quem ela se refere: “Este estado não foi construído por um homem ou por uma mulher, e sim, pelo esforço de centenas de homens e de mulheres”, diz num trecho.
Em outra parte, ao sugerir que os deputados fiscalizem a execução do orçamento que aprovaram, emenda: “Creio, apesar de não me encontrar aí no Tocantins e sim exilada em Goiânia, que não será difícil a comprovação de tudo que afirmo. Digo exilada, pois a execração pública a que fui exposta por parte da grande mídia, que deveria ser isenta e se tornou oficial, e em um blog patrocinado por uma congressista, não me deixaram alternativa a não ser deixar temporariamente meu lar e cuidar da minha defesa”.
Muitas acusações e até agora, nenhuma prova
Pois bem caros, diante de todo esse jogo de acusa, defende e empurra para a frente que estamos assistindo, com as diversas acusações,o que está faltando mesmo são as provas. Se elas não vierem, de uma coisa ou de outra, já estou sentindo o cheiro das ações indenizatórias no ar.
A desembargadora sabe bem que terá que pagar por qualquer irregularidade encontrada, mas parece estar certa de que se houverem, serão coisas brandas, do tipo erros formais. E por isto, do exílio, como disse, aponta o dedo para sua sucessora e afirma: as contratações das obras são legais, não pagá-las é errar com dinheiro público “seja por ação ou por omissão”.
Parafraseando o colega jornalista Daniel Machado, que gosta de dizer: “nomes, digam os nomes”, deixo a palavra com o TJ: provas senhores, vamos logo às provas.Ou acabem com isso.
Comentários (0)