Idéias simples normalmente são grandes idéias. Veja esta saída da cabeça do inquieto Omar Henneman – que acaba de justificar a criação da sua extraordinária pasta das Oportunidades – dar dinheiro emprestado à gente pobre, que sobrevive com muita dificuldade de seus pequenos negócios. O governo anunciou que beneficiará inicialmente 50 mil famílias, começando com empréstimos de mil reais. Pensa num dinheiro bem gasto. Ou melho: bem investido.
O programa acerta na veia ao mirar nos pequenos, mas pequenos mesmos. Gente que vende pamonha, picolé, geladinho, espetinho. Ambulantes, que normalmente se viram com o pouco que têm em casa e literalmente garantem o arroz na panela, com o que conseguem girar no dia. Gente que tem tão pouco, que se adoecer e ficar em casa, a família passa necessidade.
É uma grande sacada, embora muita gente torça o nariz e ache que R$ 1.000,00 (mil reais) é pouco. Não é. Em mãos que manipulam, R$ 200,00, a R$ 300,00 para fazer girar seu negócio, é uma pequena fortuna. Que vai ajudar não só no custo direto do negócio mas a pagar uma energia, a comprar uma bicicleta, a colocar gasolina na moto.
A idéia de dobrar o valor do empréstimo para quem pagar direitinho, é outra sacada: vai incentivar a assiduidade dos pagamentos. E de repente quem só tem uma geladeira velha em casa, vai comprar um freezer. Quem trabalha com uma velha caixa de isopor, ou uma churrasqueira improvisada, vai conseguir melhorar suas condições de produzir, e apresentar seu produto.
O maior acerto, na minha opinião, além de realinhar o Banco da Gente de volta ao objetivo para o qual foi criado, é dar este impulso na economia popular, de baixo, na camada da população feita por lutadores anônimos que optam pelo trabalho ao invés da marginalidade, com o quase nada que têm.
Agora vai depender da execução ser bem feita e os recursos bem direcionados, como em tudo que se lida com dinehiro público. No mais tem tudo para dar certo e operar de fato, uma pequena revolução na vida de milhares de tocantinenses.
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