Nos bastidores articulações avançam entre Raul, Ribeiro e Marcelo

Ontem em Brasília só se falava em uma suposta reunião na capital federal, ocorrida entre o ex-governador Marcelo Miranda, seu ex-secretário Paulo Mourão, que voltou ao PT, e o próprio senador João Ribeiro (PR), que tem conversado muito com o prefeito...

Falando no começo da semana com o ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) sobre as últimas informações que recebi a respeito de uma articulação entre ele, o prefeito Raul Filho e o senador João Ribeiro para formação de uma chapa com Raul ao governo e os dois ao Senado recebi de Marcelo uma resposta evasiva. Sem confirmar a possibilidade desta chapa se confirmar, o ex-governador disse que estava esperando “o PMDB se decidir”.

 

Reconhecendo a força e a importância de Raul no processo Miranda disse que tem com Raul uma boa relação, embora “por outras circunstâncias”, não o tivesse apoiado para prefeito de Palmas. “Não falei pessoalmente com ele.Tenho falado com o Dr. Darci, e com o Adjair”, confirmou o ex-governador, pré-candidato ao Senado.

 

Ontem em Brasília já eram fortes os rumores de uma reunião entre representantes das três partes. Em nome do PT e de Raul estaria conversando o ex-deputado federal, que foi secretário de Marcelo, Paulo Mourão. Marcelo Miranda esteve a manhã toda em Brasília, e de lá seguiu para Goiânia. O ex-governador e deputado federal, Moisés Avelino (PMDB) embora tenha falado com Marcelo por telefone, não participou de nenhuma reunião para discutir sucessão.

 

Já o senador João Ribeiro (PR) tem estado em contato telefônico freqüente com o prefeito Raul Filho e nos últimos dois dias, as conversas se intensificaram. Ribeiro, que leva o PR para onde for, vinha buscando candidatura ao governo, mas é candidato natural ao Senado e pode ser o fiel da balança na grande articulação que já está em andamento em torno – possivelmente – de Raul.

 

O fato é que enquanto os acordos caminham para se firmar nos bastidores, ninguém fala com a imprensa nada que possa ser mal interpretado ou que, antecipado, desperte a atenção de quem está à margem do processo. Também por isso, as informações que vão chegando – algumas plantadas de propósito - precisam ser filtradas antes de ajudarem a compor uma grande colcha de retalhos, em que já está se transformando o cenário pré-convenções no Tocantins.

 

Como é que fica o PMDB?

 

Dono da caneta que governa o Estado, o PMDB pode estar perdendo a dianteira na condução destas decisões. Ninguém entende até agora os motivos para que isto esteja acontecendo. Para chegar ao governo após a interinidade, o governador Carlos Gaguim se mostrou hábil e rápido. Já sua verdadeira intenção no jogo sucessório está encoberta até aqui por uma nuvem de fumaça. Ora Gaguim acena com a possibilidade de ser candidato, ora nega e descarta completamente.

 

As declarações do vereador Gideon Soares – que já anunciou apoio a Marcelo para o Senado, e à Júnior Coimbra para federal – caíram como uma bomba sobre o presidente da sigla, deputado Osvaldo Reis, que desautorizou Gideon a falar em nome do partido, e desqualificou seu apoio.

 

No samba de crioulo doido que está virando o discurso do PMDB, algumas perguntas não querem calar: Reis está realmente negociando uma posição para o PMDB ao Senado na chapa de Siqueira/Kátia? Gaguim está esperando o último instante do jogo para se declarar candidato? Os deputados que fizeram acordo para “garantir a governabilidade” já estão ensaiando tomar outro rumo que não seja apoiar uma possível reeleição do governador? Pouca gente sabe, e quem sabe não diz.

 

Mesmo em meio a tanto discurso desencontrado, algumas coisas estão nítidas como o sol do meio dia. Primeiro, o senador João Ribeiro sabe que perdeu a prerrogativa de ser o candidato ao governo do grupo, e está se mexendo para garantir espaço e condições de vitória para si e seu grupo. Segundo, o PDT quer assumir a prefeitura, e está cercando o prefeito Raul de todas as condições de ser candidato ao governo. Terceiro, Marcelo Miranda, mesmo que se movimente pouco, é de longe o pré-candidato ao Senado com maior potencial para puxar votos no quadro político atual.

 

Se vão se juntar ou não, o tempo dirá.

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