Os dias finais reservados ao troca-troca de partidos exibem um filme já visto antes no teor, mas não nas cores que se apresentam neste outubro de 2011. Governo é sempre governo e exerce seu poder de atração. Mas aqui no Tocantins as coisas não se resumem apenas a esta assertiva. Existem outros complicadores e facilitadores.
Complicador: o PP do deputado federal Lázaro Botelho fez bobagem na capital. Não na conquista do empresário Carlos Amashta, mas ao atropelar o vereador Aurismar Cavalcante. Desconsiderou que se tratava de companheiro antigo, a quem tinha sido destinada a missão de organizar o partido no centro norte do Estado. Consequência: na sequência de Cavalcante, vereadores e possíveis candidatos deixam o PP de Botelho. Que tenta mudar o discurso de oposição, mas sem resultado, já que a prática aponta em outra direção.
Jorge Frederico, sangue novo na disputa em Araguaína
Facilitador: a criação do PSD deu a chance a quem tem mandato de deixar o partido, e levar o mandato. Facilita para prefeitos e vereadores. Nesta esteira caminharam para o PSD peemedebistas de peso: Deputado Sandoval Cardoso em Colinas, Joaquim Júnior, vereador em Paraíso, Jorge Frederico, suplente de deputado estadual. E o prefeito Julião de Pedro Afonso.
Com sua risada inconfundível que lembra o Coringa nos filmes do Batman, Lutero Fonseca um dos principais interlocutores da senadora Kátia Abreu, faz os contatos e aproximações e promete novidades para o PSD na reta final.
No caso de Jorge Frederico, a coisa teve a chancela do próprio super secretário Eduardo Siqueira, que comanda o planejamento do Estado com uma mão, e as articulações da base partidária com a outra. O ex-peemedebista já chega para ser sangue novo na disputa pela prefeitura de Araguaína. Vai topar pela frente com Ronaldo Dimas e um Valuar, lançado pelo DEM. Interessante não?
PR recebe ex-peemedebistas e pode abrigar ex-petistas
No último sábado, em Palmas, o prefeito Raul Filho fez um discurso daqueles na Câmara Municipal por ocasião da filiação do vereador Damaso ao PR de João Ribeiro. Disse que seu líder hoje no Estado é o senador, e que recomendou ao vereador, pessoa por quem se sente responsável, a filiação ao PR.
Isso diante de Milton Néris e do suplente de vereador, Gordo. Dois liderados da mais alta fidelidade e quilate político. João Ribeiro, com seu jeito agregador de fazer política, somado ás boas relações com o Planalto também provocou baixas no PMDB em Colinas e Guaraí. E vai à disputa com dois nomes fortes em dois dos três maiores colégios eleitorais do Estado: Dimas em Araguaína e Goiaciara em Gurupi.
E o PT, levado ao extremo por Donizete Nogueira na falta de entendimento com o grupo de Raul, cai aos pedaços na capital. As desfiliações são tantas e acontecem tão rápido, que fica até difícil registrar todas.
Neste meio tempo partidos considerados pequenos e sem grande expressão, fazem o dever de casa e correm atrás de viabilizar suas bancadas. É o caso do PTN na capital, que aposta de novo na engenharia de juntar pequenos e fazer uma grande votação. O vereador Folha promete novidades, e põe na praça que poderá aumentar a bancada na Câmara da Capital.
As próximas 48 horas serão tensas e de intensas articulações - em alguns casos negociações mesmo, afinal muitos querem saber da “estrutura’ para se candidatarem, antes de assinar a ficha de filiação – para quem ainda não se decidiu.
E nós por aqui seguiremos no plantão. Vamos registrando tudo para ao final constatar que oposição restará no fim do arrastão que os partidos da base do governador já fazem de Norte a Sul do Estado.
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