O alerta das chuvas também no Tocantins

Fora do Estado há uma semana, acompanhei em Goiás as notícias da devastação imposta pelas enchentes em larga proporção nos estados de Minas Gerais e no Rio de Janeiro, e as perdas, em proporções menores, mas não menos importantes para comunidades rib...

Rios invadindo casas. Moradias construídas às margens de rios, ou tão perto deles que fica difícil saber quem invadiu o território de quem primeiro.

Casas, vilas e cidades crescendo nas encostas. Loteamentos autorizados e construídos (muitos com dinheiro público) em terrenos inapropriados, por suas condições de instabilidade, umidade e outras características que se traduzem na palavra “risco”.

Estas são as imagens que temos assistido na última semana em telejornais de todo País. Seja falando de Minas, Rio de Janeiro, ou algumas localidades de Goiás e Espírito Santo.

As chuvas caem copiosamente, em profusão, num volume poucas vezes visto, e insistentemente.

O resultado pode ser visto na vida dos milhares de desabrigados fora do Tocantins. E os prejuízos são sofridos também por comunidades ribeirinhas dentro do Estado. Gente surpreendida pela água do rio que subiu, encheu, extrapolou as margens, e avançou sobre casas, plantações.

Um drama que se pode ser considerado de pequenas proporções em terras tocantinenses, se comparados à tragédias maiores, já é um grande, grave e gritante sinal de alerta.

Retirar as pessoas simplesmente das áreas de risco é uma coisa difícil de se fazer. A tradição de morar à margem dos rios é secular no Tocantins. Tem gente que viveu a vida assim. Sucedendo uma geração inteira de antepassados que também vivia assim. Mudar isso é quase uma violência tão grande que afeta a identidade das populações ribeirinhas.

Mas dá para planejar. Dá para organizar. Dá para inibir, coibir, proibir, a instalação de novas residências em áreas potencialmente perigosas. Enfim, planejamento.

As chuvas este ano, estão trazendo consequências novas e inesperadas. Riscos nas estradas, e nos terrenos alagadiços onde bairros já se ergueram descontroladamente na capital.

A quem cabe fazer alguma coisa sobre isto? Às autoridades, aos gestores, mas também à nós, sociedade pensante, gritante e que protesta quando algo sai fora do que a gente acredita ser o melhor.

Política de ocupação dos espaços feita dentro de critérios de segurança. Uma necessidade para o Tocantins que já se faz presente agora.

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