Segunda-feira,15, à noite em Taquaruçú o vereador Wanderley Barbosa realizou uma reunião política para simpatizantes de sua candidatura à reeleição. O local: de frente ao ginásio de esportes, ao lado de um pequeno mercado, na casa de uma conhecida comerciante do distrito.
Nada contra, afinal, como bem disse o vereador naquela ocasião para justificar seus votos mais divididos do que nunca nesta eleição, "vivemos um momento democrático, e as pessoas têm o direito de discordar". Tudo estaria perfeito não fosse por um motivo: o churrasco e os refrigerantes oferecidos aos eleitores, simpatizantes do vereador.
A pergunta que eu tenho é simples: de quem era o aniversário esta vez? O truque de comemorar uma data qualquer, normalmente que já passou, tem sido muito utilizado para camuflar a oferta de comida e bebida aos eleitores, como forma de atraí-los para uma reunião.
Falando sem microfone, com seus seguranças de prontidão para evitar a entrada de gente estranha à festa, o vereador discursou por dezessete minutos. Para dizer o que já fez por Taquaruçú (na sua conta asfalto (?) loteamento e casas populares)e prometer o que não fez (mini hospital com sala de parto,e a praça de R$ 580 mil).
Wanderley se gabou de nunca ninguém sequer "empatou com ele", enumerando seus votos e os do segundo colocado no distrito em cada eleição nos últimos anos. Disse que sua vitória e a de Raul já estão garantidas, e que o apoio das pessoas tem ficado claro "nos cafés da manhã e almoços que temos realizado".
Opa! Café da manhã? almoço? churrasco? pensei que tudo isso estava proibido por lei.Mês passado o vereador Gordo fez uma "festa de aniversário" de uma parenta nestes moldes também e foi surpreendido pela fiscalização, porque divulgou antes o acontecimento.Ainda não sei se vai acabar em pizza, ou melhor: em carne assada. Mas o que sei é que a prometida fiscalização de crimes eleitorais desta natureza está muito focada nas campanhas majoritárias, onde o jurídico funciona na hora de orientar e evitar estas "festas".
No caso das candidaturas de vereadores no entanto está tudo muito à vontade e não tem faltado cerveja, refris e muita carne assada. Já que é assim (e parece estar difícil fiscalizar) e já que o eleitor inconformado não tem pra onde ligar, nem pra quem apelar, vou deixar uma sugestão: que seja liberado de vez para qualquer candidato oferecer o tal churrasco. Assim o povo vai, pelo menos, comer melhor nesta temporada aberta de caça ao voto.
Roberta Tum
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