Na tarde de ontem, segunda-feira, 25, dia do seu aniversário, Ribeiro passou um bom tempo reunido com o prefeito Raul Filho, na prefeitura de Palmas. De lá teria ido ainda ontem à Brasília, de onde retorna hoje para bater o martelo sobre os rumos do PR em Palmas.
Companheiros de partido, pré-candidatos à vereador, lideranças políticas de partidos próximos, todos aguardam o veredicto de João, que nos últimos dias conversou com todas as forças do abecedário político tocantinense. De Marcelo Miranda a Eduardo Siqueira, todos sentaram-se à mesma mesa com o senador nos últimos dias.
Na prática, a candidatura de Luana Ribeiro sofreu forte desgaste desde que o extinto “grupo dos oito” abriu baterias contra a inclusão da deputada entre as oposições. O primeiro a criticar abertamente em entrevista à imprensa, a posição que considerou “dúbia” do PR, foi o próprio prefeito Raul Filho. E se o chefe maior critica, o que dizer dos que ele supostamente lidera?
O fato é que Luana Ribeiro chega praticamente às vésperas da convenção do PR sem uma definição clara de que é candidata. O nome está mantido, mas sem a afirmação inconteste de que não será retirado.
Experiente, o pai que comanda o PR, sentou os vereadores e pré-candidatos do grupo para fazer contas. O famoso “levante dos vereadores”, que foram à Raul cobrar dele pulso firme para manter no grupo, sem debandar, os partidos de sua base, fazendo valer o critério da pesquisa, apresentado lá atrás como um dos que definiria o nome, também foi decisivo. Mas não surtiu efeitos práticos. E o risco continua grande numa coligação com poucos partidos.
PMDB inflama a disputa
Por outro lado, o PMDB, com quem o PT da capital tem um bom relacionamento, inflamou completamente a disputa, chegando a chamuscar o próprio pré-candidato do partido, deputado Eli Borges. Mesmo sem estar na frente de Luana nas pesquisas recentes (independente de quem tenha encomendado) o deputado bateu o pé e insistiu em manter a candidatura.
O “fato novo”, Carlos Gaguim, pode anunciar hoje que reflui da decisão de colocar o nome à disposição do partido. É que assim como a notícia de sua eventual candidatura animou a militância, por outro lado atiçou os credores que oficialmente ele afirma não ter, mas que nos bastidores se movimenta para negociar.
Para começar uma campanha agora, o ex-governador teria que obrigatoriamente, zerar a última.
Os caminhos do PR
Mantendo o canal aberto com João Ribeiro, o que o grupo governista pode ter feito de mais relevante nos últimos meses é de fato não ter destruído a ponte de volta para o senador e seu grupo.
Diante da aridez de uma oposição que nunca abraçou o “projeto Luana” (por motivos que vão da dubiedade que possam perceber nela, até a defesa de interesse$ pessoais) um dos caminhos que o PR tem é o de recuar da candidatura própria e apoiar Marcelo Lélis.
O outro, se apostar na fragilidade do PMDB em manter-se nesta disputa até o fim, é lançar Luana com o PT, PTN, PRTB, e talvez o PC do B e o PSB, buscando atrair nas próximas semanas, os que não forem até o final. Aí considerando o grupo dos três: Edna, Vanderlei e Aragão.
Seja qual for o caminho a ser tomado por João Ribeiro a esta altura do processo, ele terá influência decisiva na construção das alianças de 2014.
A boa relação com Raul, por outro lado não se compromete, independente do caminho que o senador tomar. Afinal, o Paço Municipal nada tem a reclamar de Ribeiro, que muito ajudou Raul nos últimos anos.
E de volta, o que o prefeito conseguiu agregar a este processo nos últimos meses? O que a liderança de Raul, tem à acrescentar à liderança de Ribeiro, que se enfrentar o processo, terá que arcar com seus custos (financeiros e políticos)?
A história mostra que Ribeiro nunca disputou uma eleição contra o grupo do governador Siqueira Campos. Pode até ser que comece nesta. Considerando todo este cenário - e o campo minado que se tornaram as oposições - é uma aposta possível, mas sob qualquer análise, de altíssimo risco.
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