O fato é que um ano depois de ser nomeado secretário, Danilo acaba de driblar com o jogo de cintura que lhe é peculiar (e muito da seriedade que tem em lidar com os problemas) mais uma das crises geradas pelas mudanças que vem fazendo na secretaria de Educação. E que desagradam alguns.
Desta vez a coisa se inverteu e a mudança foi feita em sua equipe pelo próprio governador. Mas diferente do que o previsto ( e o esperado por muitos), Danilo tirou de letra.
É o que se depreende das falas do secretário de Planejamento, Eduardo Siqueira, do reconhecimento do próprio governador Siqueira Campos ao seu trabalho, e da entrevista que me concedeu mais cedo por telefone, o próprio secretário.
Reconhecendo os problemas
Ciúmes existem dentro e fora da secretaria. Dizer que os 14 substituídos pelo governador (um foi recomposto em seu cargo) eram petistas militantes levados da prefeitura para o governo é uma incorreção. A maioria dos substituídos são servidores efetivos do Estado. e entre eles dois ou três têm filiação partidária.
Negar que haviam insatisfações e gente levando reclamações de mau tratamento ao governador, também é um outro extremo. Ninguém “cai” a toa de um cargo de confiança no governo. Diz o ditado muito popular entre os políticos tocantinenses que jabuti não sobe em árvore. E quando está em cima, “ou foi enchente, ou mão de gente”.
Pois bem. Embora alguns dos que caíram fossem indicações "de mão de gente", Danilo não é do tipo jabuti. É da área, é do ‘metié”. É técnico e é político, embora garanta não ter aportado sua experiência, títulos e boas relações no governo para fazer carreira de mandatário popular.
Sua lição de humildade na entrevista concedida mais cedo é de impressionar alguns e ensinar lições a outros. Primeiro, ensina que que não se faz crise com pouco. Trocar pessoas em cargos de confiança é direito do governador eleito. Segundo, o titular da Educação demonstra saber que secretário não é nomeado para ser estrela a ser paparicao como um ídolo que não pode ser desagradado.
Entre trancos e barrancos que incluem contrariar aliados do governo, enfrentar o sindicato nas questões pontuais que são importantes para o projeto que o governo quer implantar na Educação do Estado, Danilo vai levando bem.
Não se trata de defender suas ações, nem avaliar onde estão seus acertos e erros como gestor. Mas de reconhecer que ocupando uma função de extrema importância e visibilidade, bombardeado desde o primeiro mês de governo, por aliados e adversários, o secretário de Educação vem sobrevivendo a situações difíceis.
Hoje colocou ponto final com suas próprias palavras, num arremedo de crise. E saiu fortalecido pelas declarações do secretário Eduardo. Ganha Danilo que fica e tem chances de mostrar melhores resultados ao longo do tempo, ganha o governo que mantém o rumo e fortalece o projeto que se dispôs a implantar.
Que outros perdem, não resta dúvida. Mas são perdas pessoais. Poucos secretários na equipe de Siqueira atualmente pensam o governo como um todo, são capazes de defendê-lo com argumentos sólidos e atuam fora do foco dos projetos pessoais. Danilo é um destes raros dentro de uma equipe que ainda não mostrou identidade.
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