Caríssimos leitores, perdão! Mas vocês serão bombardeados vez ou outra por factóides – um fato fabricado para virar notícia – de agora em diante, até a eleição para prefeito do ano que vem.
Alguns será possível identificar e “detonar” a pauta antes que ela vire notícia. Outros, pelo apelo popular e interesse no assunto, terão que se transformar em matérias publicadas aqui e em outros veículos. Afinal, uma das regras do mercado é publicar o que o leitor quer ler. Mesmo que seja uma bobagem, por assim dizer.
Digo isto por que assuntos de interesse da comunidade acabam manipulados por marqueteiros ou diretamente por pretensos candidatos à eleição do ano que vem, quando não os têm.
Daí o que a gente tem visto são temas de interesse mesmo da comunidade, ganhando a mídia por alguns instantes motivados por interesses eleitorais. E depois caem no esquecimento.
De outro lado, o que deveria ser uma atuação parlamentar corriqueira, ganha ares de “grande fato”, quando na verdade não é. Exemplo (deste último caso): Um ato ontem à tarde para apresentação de uma ação popular contra o aumento da tarifa de transporte coletivo na capital.
Todo ano tem aumento. As empresas, comandadas pelo sindicato, emplacam lá sua tabela de custos, que a prefeitura normalmente engole e passa recibo. Todo ano tem joguinho de cena: aumenta, não aumenta, vereadores protestam, deputado protesta. Em ano eleitoral, já teve candidato do prefeito - à época Wanderlei Barbosa – pedindo que Raul adiasse o aumento. E foi adiado, para depois da eleição.
Agora é a vez da ação popular. Ontem foi o lançamento, com ares de evento na sala de reuniões da presidência da Assembléia Legislativa. Estava lotada de muitos dos que se preocupam efetivamente, e de tantos outros que querem palco, luzes, câmera e ação...
É de doer. Evento para apresentar ação popular? Nunca vi isso antes. Aliás, a coleta de assinaturas é positiva, e fortalece a peça, mas não é necessária. E só está acontecendo desta forma por que ano que vem tem... eleição. Este foi o factóide. E qual o fato? o protocolo da ação, que ainda acontecerá dia 23.
Todos os que acompanham este espaço sabem da deferência que tenho para com o deputado Marcelo Lélis, do PV, pré-candidato á prefeito de Palmas. Também não escondo de ninguém minha avaliação de que é o melhor nome que seu grupo dispõe na capital, artimanhas e “puxação de tapete” à parte. Mas o que se viu ontem parece parte de uma estratégia de super exposição do deputado para convencer o seu grupo de que o candidato tem que ser ele.
Ao lado das defesas de coisas incabíveis como a terceirização da Saúde como o governo vem fazendo, e do silêncio diante de outras que seu público eleitor está acostumado a vê-lo defender, o papel para o qual Lélis parece estar escalado é lamentável.
Pessoalmente, sou da opinião de que ele não precisa.De toda forma entre lançamentos de ações, programas e outras brilhantes idéias de criativos marqueteiros, vamos seguindo por aqui pautando o que é notícia. E de agora pra frente, com cuidado redobrado. Para não transformar a cobertura de notícias em palco iluminado. Seja para os amigos ou não.
Confira a resposta do deputado Marcelo Lélis, às 15h40 desta quarta-feira, 10/08 a este editorial
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