O manto negro da dúvida, de novo, sob os ombros de um magistrado

Nesta terça, 28, um novo capítulo da tensa novela que envolve o Judiciário tocantinense se desenrola em plena luz do dia, em três pontos da capital. É a PF, desde as 6 hs da manhã, na casa, no gabinete e na fazenda do desembargador Amado Cilton Rosa,...

O Judiciário tocantinense sofre novo golpe na imagem nesta terça-feira, 28. Só lamento pelos justos, pelos honestos, pelos corretos, que pagam no mínimo pela sombra da dúvida que vai pairando cada vez mais sobre as decisões proferidas nos últimos anos pela alta corte do TJ.

No meio jurídico, o que se houve é que a Operação Maet, desdobrada em mais esta ação de hoje é um sopro de vida no judiciário, pois vai devolver a fé no direito a inúmeros advogados que – conhecedores de como funcionava o esquema no tribunal – já não tinham gosto em advogar.

As notícias de que Amado Cilton Rosa havia sido implicado em depoimento no começo do ano, juntamente com sua esposa, Liamar, não são novas. Parece que de onde veio a constatação de que o HC de Fábio Pisoni teria sido negociado e pago, tem mais. Vamos saber nos próximos meses, com clareza, quando a investigação chegar ao fim.

Até lá, como se sabe, todos os envolvidos e afastados, são suspeitos. Nada mais.

O que vai nas ruas também, por assim dizer, nas rodas especializadas, é que na fila que vinha Amado, há mais um. Este também com uma mulher que negociava em seu nome, sentenças favoráveis. Ainda que não seja verdade, só o que veio à tona até aqui com estas operações, é de demolir metade do tribunal e inaugurar novos tempos naquela corte, caso as suspeitas sejam comprovadas.

À espera das provas

Diante de múltiplas suspeitas, diversos indícios, algumas confissões, o que se espera são provas. Daquelas irrefutáveis, que a PF, com a ajuda das instâncias superiores do judiciário pode reunir.

É isso que a população vai querer ver no final: provas que separem os justos dos que traíram seu juramento; os corretos dos que se locupletaram. O Tocantins precisa disto para confiar novamente na sua justiça.

Em todo este cenário, a dúvida que muitos alimentam hoje, nesta terça de novas ações, é: quantos habeas corpus mais teriam sido concedidos mediante negociações? Quando foi que se fez justiça, e quando se fez maldade ao longo dos últimos anos sob o manto negro do sigilo e da impunidade? Não dá para saber. Ainda. Mas todos nós merecemos ter esta resposta no final.

Comentários (0)