Enfim se apresenta uma luz no fim do túnel. Comecemos a analisar pelo cenário Nacional para em seguida tecermos algumas considerações a respeito da política local.
Estamos assistindo o tamanho da repercussão e impacto da chamada “candidatura Verde”, vejamos algumas manifestações:
Joel Rufino (Historiador): “Fiquei contente. Como velho militante da esquerda, quero mais.”
Marcia Tiburi, Filosofa: “Marina é meio Obama. Tem algo a dizer para este mundo absurdo.”
Paulo Niemeyer Filho, Neurocirurgião: “Ela é uma das poucas no cenário político com idealismo.”
Ziraldo, cartunista: “Ter uma pessoa com a integridade dela na Presidência é quase um sonho”.
Uma Publicação semanal trouxe dias atrás reportagem importante e ampla abordagem sobre o tema, e na minha opinião expressou o sentimento de significativa parcela da população do país.
Vamos transcrever um trecho do artigo escrito por Luciano Suassuna: “A análise das vitórias dos três presidenciáveis eleitos depois da ditadura revela que, no Brasil, o novo sempre vence. Novo, no caso, não é questão de idade nem de experiência. Em 1994, Fernando Henrique tinha 63 anos, contra os 48 de Lula. E em 2002, Lula bateu um candidato mais velho (José Serra, 60) e dois mais novos (Antony Garotinho, 42, e Ciro Gomes, 44). Fernando Collor tinha sido Governador de Alagoas e FHC ministro das Relações Exteriores e da Fazenda antes de se elegerem. Lula tinha apenas um mandato de deputado constituinte quando superou três vastos currículos da administração pública.”
Alguns fatos curiosos são apontados nesta mesma matéria, um dos quais se refere às eleições da Redemocratização. 1989, em que apesar de duas grandes forças estabelecidas, de um lado Ulysses Guimarães, com PMDB, e de outro Aureliano Chaves, do PFL, as duas maiores máquinas partidárias à época, tiveram respectivamente, 4% e 1% dos votos.
O chamado “bicho –papão” da época era Leonel Brizola, mas o mesmo não conseguiu passar para o segundo turno.
Se formos comentar a respeito de algumas eleições Regionais, guardadas as respectivas proporcionalidades e particularidades, iremos verificar os mesmos fenômenos políticos. O nosso vizinho Estado de Goiás foi um exemplo disso, com a eleição de Marconi Perillo ao Governo de Estado, e outros Estados como o Pará, Minas Gerais dentre outros.
Vejam que ainda não estou avaliando o mérito, nem quanto ao conteúdo Político e nem quanto ao desempenho da Gestão dos respectivos eleitos, mas tão somente comentando o momento e condições políticas em que os mesmos foram eleitos.
Marina Silva surge neste momento como uma espécie de contestação ao que de ruim, a gestão Lula está deixando, principalmente no aspecto ético-político, como o próprio Senador Aluízio Mercadante (que entregou a liderança do PT no Senado), afirmou: O governo Lula tem acertos notáveis... mas vem cometendo erros políticos que precisam ser corrigidos. “Também externado pelo Senador Flávio Arns(PT-PR), que se disse decepcionado pela decisão dos petistas no conselho de ética do Senado e que prometeu deixar o Partido(PT): “eu não fiquei aborrecido, fiquei envergonhado. Foram bandeiras rasgadas, jogadas no lixo.”
O que observamos, é que Marina Silva, representa uma bandeira, o ideário Verde, a agenda do futuro, que é o desenvolvimento sustentável, combinando progresso e preservação ambiental. Outro fator inovador é o clamor de alguns segmentos pela eleição de uma mulher a Presidência da República, situação em que a mesma se encaixa, com vantagem significativa sobre sua concorrente direta.
Cá, em terras Tocantinas, como bem se refere um importante articulista de um Jornal de grande circulação, o quadro político se apresenta bastante nebuloso, do ponto de vista das opções que se apresentam para o futuro próximo.
O atual Governador quando eleito, se apresentou como uma alternativa inovadora, trouxe bons ventos, se contrapôs a uma política autoritária e retrógada, e avançou muito do ponto de vista de importantes conquistas democráticas, e a conseqüente consolidação de nossas instituições, com significativas conquistas no campo do desenvolvimento econômico e social. Mas o seu mandato já se aproxima de sua etapa final, e qual alternativa nos são apresentadas?
Parece-nos que são as mesmas de sempre, sem conteúdo capaz de empolgar e liderar, em razão das inúmeras contradições apresentadas entre o discurso e a prática política, como igualmente tem ocorrido em âmbito Nacional.
Mesmo assim, seria injusto não considerar que alguns nomes já postos, ainda mantém a capacidade de mobilizar alguns setores da sociedade, seja por uma ou outra razão (poder, estrutura partidária, estrutura material) mas talvez, não o suficiente para galvanizar apoio majoritário, pela desconfiança da sociedade quanto aos nomes e projetos já postos.
A política Tocantinense encontra-se em fase de readequação, a sensação que se tem é que o “quadro político está praticamente zerado”, como se ouve pelos quatros cantos do Estado, como que na tentativa de se justificar algumas possíveis alianças já em gestação, com intuito de convencer determinadas camadas sociais.
Mas essas táticas não tem sido muito promissoras, a não ser por alguns resultados imediatistas, mas as custas de muito desgaste, a exemplo do que vem ocorrendo com o PT no plano nacional, tendo em vista sua decisão tomada em 2005, que concluiu que “para governar teria que se aliar com as oligarquias regionais”. Hoje estamos assistindo a repulsa da sociedade, e mesmo de militantes e simpatizantes lulistas de ver o PT aliado a tropa de choque (Renam, Color e outros) na defesa do comando do Senado.
Por tudo isso, observa-se que um novo ciclo se abre, tanto em esfera Nacional, quanto Estadual. Neste cenário, cá no Tocantins, torna-se necessário, tirar os olhos dos “grandes” líderes, e de seus respectivos grandes partidos e/ou coligações, e começar a olhar um pouco “ao redor”, e buscar grandes bandeiras, e posturas coerentes, sobretudo no campo político-administrativo já postos.
Como afirmou Marina Silva, “o voto não é do Serra, nem da Dilma, nem do Lula, nem de ninguém. O voto é do eleitor.” A Sociedade Civil, os Partidos de todos os matizes, não devem ficar esperando “cair do céu”, um projeto messiânico, mas ao contrário, tem que passar a ter iniciativa, a observar e eleger as principais bandeiras de interesse comum a toda sociedade, e a partir daí, procurar identificar pessoas capazes de serem os portadores dessas importantes e prioritárias bandeiras, para que as mesmas passem a produzir e concretizar efeitos práticos.
Em nosso Estado, duas grandes bandeiras já começam a despontar, na prática, uma voltada para o campo da Educação, tema de inquestionável amplitude e importância para o conjunto da sociedade, e outra voltada para a questão do desenvolvimento sustentável (questão ambiental), bandeira ampla e futurista, que ganha importância já na atualidade em todo o mundo.
Neste contexto, ouso trazer nestas singelas linhas, até mesmo por uma questão de consciência histórica, nomes, independente de cor partidária, que já se identificam com tais bandeiras como é caso da professora Dorinha no campo da Educação, munida de um vasto histórico de competência e responsabilidade à frente da secretaria deste de Educação deste Estado, com considerável e inquestionável conteúdo apresentado e reconhecido também nacionalmente, através de seu trabalho desenvolvido como Presidente reeleita do Consed - Conselho Nacional de Educação, graças aos brilhantes e longos anos de serviços prestados ao povo tocantinense. Outro que merece ser lembrado é o ainda jovem Lélis, pela forma como vem empunhado a bandeira do meio ambiente, e como o mesmo já se inseriu na disputa em Palmas, e que agora, quem sabe com um empurrãozinho de Marina Silva pode ampliar apoios. Em síntese são duas novas promessas no político atual. Arriscaria a dizer mais ainda, que enquanto o verde se projeta mais para Palmense, a Professora Dorinha já possui um trabalho com capilaridade em todo o Estado.
Resta saber o caminho que a sociedade civil e os partidos decidirão tomar. Tudo pela Educação, pela preservação ambiental e pela liberdade.
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