O País do faz de conta

...

No país do faz-de-conta, fantasiar é primordial. A dissimulação transforma-se em ingrediente essencial para a felicidade. Quando o quesito é político, cada qual faz seu jogo, mascarado por uma preocupação com o bem-estar do povo, apesar de “apenasmente” pretenderem satisfazer seus interesses, acima de “qualquer suspeita”.

A verdade torna-se, quase sempre, um princípio totalmente fictício, no qual o importante é vender “imagem”. Muitas vezes, um indivíduo se refere a outro, insinuando ou mesmo afirmando que toma determinada atitude, visando somente aos interesses particulares e que se esquece de algo maior que é a necessidade do Estado.

Entretanto nesses quase 20 anos, não entendi ainda que Estado é este que não tem o povo como público-alvo de sua administração?!?. Os políticos esculacham um com o outro, em prol de uma população que pode ser simbolizada pelo próprio umbigo.

Com a história da Assembléia Legislativa do Tocantins, nada é diferente, pois é marcada pelo “reverenciamento” dos deputados diante do Executivo, anuindo a todas suas ordens.

Divagações e ideologias à parte, desta vez o imbróglio foi em cima da LDO 2009 e a conivência fica por conta da porcentagem do Parlamento. Apesar de ter sido chamado de derrotado, o presidente Carlos Gaguim viu, sim, derrotadas suas pretensões de instalar a fundação assembléia e implantar a produtividade para seus servidores.

Não se pode esquecer de que o sonho da TV Assembléia nos remete à época em que o atual governador era presidente desta Casa. Entendo que, se fossem levadas em conta quaisquer das intenções, elas seriam da maior pertinência.

Mas, infelizmente, consterno-me ainda mais quando percebo que, no contexto emocional, a forma de agir não difere deste faz-de-conta. Para que seja admitida na “dita sociedade” e para que não seja rotulada disto ou daquilo, as regras são estabelecidas. É necessário se vestir de uma casca, “a fim de que “o outro (a) lhe consagre mais valor”.

Minha ignorância não me permite entender este posicionamento político e nem emocional. Acredito na confiança e na sinceridade para que uma vida tenha total autenticidade, com todas as nuances a ela pertencente, e que, para isto, não necessitamos de “ferramentas externas”.

Neste pedaço do país das maravilhas, não podemos nos sentir acima do bem e do mal e nem tampouco viver “este faz-de-conta”.

Comentários (0)