O tapetinho da campanha política de Nilmar Ruiz

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Recentemente a jornalista Roberta Tum me convidou a escrever crônicas, artigos, matérias para o Blog daTum. Sugeriu uma análise sobre as eleições de Palmas, uma vez que estou morando na Inglaterra há quase três anos. Muita confiança da parte dela!   Como profecia, dias depois estava no centro de comunicação da candidata Nilmar Ruiz. Cheia de gás, entusiasmada para dar o meu melhor junto aos outros profissionais e, lógico, chegar à vitória, pois não gosto de perder nem no “par ou impar”.

Empolgava-me a idéia de fazer parte do time. O conjunto da obra me inspirava profissionalmente: acreditava nas propostas da candidata, achava - e ainda acho - que seria a melhor opção para Palmas e, de quebra, ainda era apoiada por um dos meus “xodós” políticos no Estado, a primeira-dama Dulce Pagani Miranda.

Já tinha trabalhado anteriormente pela Alento Comunicação e Marketing, mas com o diretor César Carneiro à frente da empresa. Dessa vez, o pessoal que comandou a campanha veio todo de fora do Estado, não aceitando compartilhar nenhuma tomada de decisão.  Inclusive profissionais muito qualificados, com conhecimento empírico  de Palmas e da propria candidata foram anuladas e excluidas do processo. Nunca vi isso em minha vida!

Longe de mim analisar uma campanha política, principalmente a do Tocantins, onde tudo – tudo mesmo! – pode acontecer. Posso falar das minhas impressões, experiências dos bastidores, das situações que vivenciei.

Profissionalmente, esse foi o trabalho mais traumático que já enfrentei. Detestei! Hoje me arrependo amargamente  de não ter deixado quando perdi o tesão, o clima, a empolgação de início. Senti-me angustiada, sem ânimo e sem  interação com algumas pessoas da equipe. Tambem fiquei impressionada com a atuação da equipe do Tapetinho  da Deputada! Esses  sim, trabalharam incansavelmente!

Percebi que a briga de vaidades, de pessoas sem conteúdo, e aqui cito uma certa Lorena, é um exemplo claro  de que só se  sustentou no cargo apenas bajulando e dizendo o que a chefe queria ouvir - e não a verdade.  Essas pessoas tinham  medo de que seus chefes acabassem percebendo o quanto  são inconsistentes.

Profissionais como esse perfil acabam prejudicando os que estavam trabalhando de maneira séria. Eu mesma senti o tombo do tapetinho! Sem nenhuma explicacao, delicadeza ou respeito fui excluida - na etapa final, da cobertura pessoal da Prefeita Nilmar Ruiz. Bem, talvez nem tenha sido o tapete, talvez eu seja ruim de servico  mesmo, mas enfim, nao me explicaram nada, entao posso conjecturar. 

O "Departamento Do Povo Lá de Cima" era o que tomava todas as decisões, mas sem a ajuda ou presença de qualquer pessoa que fosse da equipe de comunicação. Esses encontros remetiam-me a uma daquelas seitas secretas, que só sabíamos da existência da mesma após um fato catastrófico noticiado, como de fato aconteceu.

De longe imagino a posição também do candidato a vice-prefeito Evandro Gomes: uma pessoa sem voz, sem espaço e, porque não dizer, sem função – dentro do `marketing`, claro.  Quando eu era escalada esporadicamente para cobri-lo  entrava em panico, pois  achava – e que de fato aconteceu,  que o material não seria usado: pois achava também, que era  mais uma estratégia do marketing político! Assim como aconteceu também com a cobertura da Primeira-Dama.

Enfim, essa foi a minha experiência! Vale ressaltar aqui os nomes de alguns excelentes profissionais que pude compartilhar dessa experiência bizarra e que talvez tivesse contribuído muito mais se tivessem tido oportunidade: Kezia Reis, Wanja Nóbrega, Glês Nascimento e Simone Machado. Mas enfim, como disse o jornalista Cleber  Toledo em seu programa de rádio, “o marketing da campanha da Nilmar foi uma forma real de como não se fazmarketing político”.

Nos bastidores, o que pude observar foi a sintonia entre os assessores de Nilmar Ruiz - alguns deles com a função mais ou menos clara de atrapalhar todo mundo que estava realmente empenhado na campanha. Agiam como se o ‘poder’ que acreditavam que tinham pertencesse a eles e não aos cargos que ocupavam.

Essa foi a minha impressão, querida Tum.

Sônia Pugas é jornalista formada pela Universidade Federal do Tocantins e pos-graduada em Relacoes Publicas  pela Cavendish College, Londres.

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