OAB-TO estacionada, advocacia envergonhada

Advogados e advogadas não obtêm qualquer esclarecimento sobre os resultados da Operação Toth, que afastou Desembargador e realizou busca e apreensão no escritório do Presidente da OAB-TO

Marcos Moreira , Rubens Dario e Jander pedem afastamento de presidente da OAB-TO
Descrição: Marcos Moreira , Rubens Dario e Jander pedem afastamento de presidente da OAB-TO Crédito: Divulgação

Nesta quarta-feira, dia 28 de abril, completa-se um ano que experimentamos a deflagração da Operação Toth, com afastamento de Desembargador oriundo do Quinto Constitucional e com busca e apreensão no escritório do Presidente da nossa entidade. Pasmem, passados estes longos 365 dias, advogados e advogadas não obtiveram qualquer esclarecimento, permanecendo a atual gestão e seus dirigentes nos tratando com chacota e “chambari”,  cada vez que ousamos questionar.

 

Uma explicação transparente ou afastamento dos envolvidos era o mínimo que se poderia esperar daqueles que apregoam “Ädvocacia em 1º , 2º e 3º lugar!”. A sensação é parecida daquela quando não temos acesso a inquéritos ou autos. Estamos indefesos e revéis para opinar sobre nossa entidade.

 

Além das ciências jurídicas, tenho um apreço enorme pela matemática e quis o destino que o algarismo “28” fosse exatamente o utilizado pela chapa que atualmente dirige os destinos da advocacia, sendo que na numerologia remete-o dentre outros traços a “independência”. 

 

Exatamente é de independência que precisamos na OAB-TO, para que ela nos defenda como entidade forte que é e não sirva de escudo de defesa para problemas pessoais de seu dirigente mor, que ressalte-se, merece toda ampla defesa e presunção de inocência, contudo sem contaminação da classe.

 

A advocacia passa por uma de suas maiores crises e nossa entidade encontra-se fragilizada, envergonhada  e porque não dizer estacionada.  A abertura para indicação para preenchimento pelo Quinto Constitucional na composição no Tribunal Estadual tocantinense, externa de forma latente essa fragilidade, com outras categorias pleiteando a vaga que por direito é da advocacia!

 

Pandemia, fóruns fechados, alvarás não expedidos, honorários aviltados, sustentação oral reduzida,  dentre outros, somente observamos uma atuação tímida e acanhada da nossa entidade, como se cumprissem tabela enviando ofícios e com nenhum resultado favorável obtido.

 

Este cenário que vivenciamos, para nosso desespero se repete na esfera federal, sendo que também, coincidentemente, na data de hoje, dia 28, vemos com esperança o lançamento do “Movimento em Defesa da Advocacia”(https://emdefesadaadvocacia.com.br/). 

 

Voltando aos números e já finalizando minha breve reflexão, lembrei que o “28”no jogo do bicho é o número do carneiro, talvez ele represente como a advocacia se encontra atualmente  enquanto aguarda a fila do abatedouro. Contudo, também lembrei, que o carneiro possui a simbologia para diversas crenças e mitos associada ao fogo e a força, sendo exatamente o que a advocacia representa. Vamos reagir!   

 

Jander Araújo

 

Formado em Direito pela Universidade Federal do Tocantins, Jander Araújo Rodrigues é especialista em Direito Penal e Eleitoral e já exerceu a função de Procurador-Geral de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia da OAB-TO.

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