Um a cada cinco brasileiros está obeso, segundo o Ministério da Saúde. No período de 10 anos (2006 a 2016), a obesidade cresceu 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O Brasil assumiu o compromisso, com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de interromper o crescimento da obesidade na população adulta até este ano de 2019.
A mudança de hábitos alimentares e prática de atividades físicas regulares podem ajudar na redução do peso, mas há casos em que essas medidas não são suficientes. “Até alguns anos atrás existiam somente tratamentos comportamentais ou medicamentosos e a cirurgia bariátrica. As pessoas precisavam sair de medidas conservadoras para outras mais agressivas, que é um salto intenso. E hoje há alternativas menos invasivas, como a Gastroplastia Endoscópica e o balão gástrico”, explica o especialista em gastroenterologia e endoscopia Harley Pandolfi Jr.
O primeiro método é indicado para pessoas com obesidade grau 1 e grau 2, com Índice de Massa Corporal (IMC) de 30 a 40, e para pacientes com obesidade grau 3 (IMC acima de 40) que não querem se submeter à cirurgia bariátrica tradicional, que “estão tentando emagrecer com dietas, exercícios físicos, medicamentos e não estão conseguindo ou até conseguiram e engordaram novamente, chamado reganho de peso ou efeito sanfona. Esses pacientes são ideais para dar um passo adiante, que seria a redução do estômago por endoscopia”, acrescenta o especialista.
A Gastroplastia Endoscópica, realizada em cerca de 50 minutos, consiste na aplicação de pequenos pontos na parte interna do estômago, via endoscopia, possibilitando que o paciente receba alta em menos de 12h. A técnica foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2016 e reduz de 20% a 30% do peso corporal.
O especialista esclarece que a “endoscopia bariátrica é diferente da cirurgia bariátrica, aquela que corta um pedaço do estômago e do intestino. Como a endoscopia bariátrica não mexe no intestino, então o paciente não terá quedas de cabelo, anemia, deficiência de vitaminas e problemas de pele”.
“O grande diferencial dos métodos endoscópicos é que o paciente se recupera muito mais rápido. Ele faz o procedimento de manhã, no horário do almoço pode consumir uma dieta líquida, a tarde já recebe alta e vai para casa”, relata Pandolfi.
Já o balão, também aprovado pela Anvisa, é inserido no organismo via endoscopia e insuflado dentro do estômago, reduzindo o espaço no seu interior, com durabilidade de seis meses a um ano, sendo retirado por meio do mesmo procedimento.
As duas opções podem gerar saciedade precoce ao paciente, evitando o excesso de consumo de alimentos e o ganho calórico. A realização dos procedimentos, quando indicados por um especialista, aliada ao acompanhamento nutricional, psicológico e atividade física são os pilares para a perda de peso.
O que é obesidade?
A obesidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de afetar a saúde. A pessoa é considerada obesa quando o IMC é superior a 30.
Pessoas com obesidade têm o risco de desenvolver outras doenças como hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.
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