Oposição vira o jogo e garante 3 das 5 comissões na Câmara

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O bloco de oposição na Câmara Municipal, que na manhã de ontem, quarta-feira, estava fadado a ter apenas uma das cinco comissões permanentes da Casa, virou o jogo ao longo do dia,  fechando a noite com a garantia de três das cinco comissões, impondo à bancada do prefeito sua primeira derrota após a eleição da Mesa Diretora.

O resultado final do acordo foi o seguinte: 1 - Comissão de Constituição e Justiça - Bloco do Prefeito -  Lúcio Campelo/presidente; 2 - Comissão de Administração e Urbanismo - Bloco de Oposição - Fernando Rezende(DEM)/presidente; 3 - Comissão de Orçamento, Fiscalização, Tributação e Controle -  Bloco do Prefeito - Milton Néris(PT); 4 - Comissão de Saúde, Educação e programas sociais -  Bloco de Oposição -  Aurismar Cavalcante(PP)/ presidente; 5 - Comissão de Meio Ambiente e Decoro Parlamentar - Bloco de Oposição - Carlos Braga (PMDB).

Na liderança do bloco do prefeito, ficou o vereador Bismarque do Movimento (PT). Na liderança de oposição ficou o vereador Valdemar Júnior (DEM) -  foto. A disputa não foi fácil, ao contrário, foi tensa e cheia de golpes de mestre ao longo do dia, conforme acompanhou o Blog da Tum por duas vezes, na manhã e na tarde de ontem, quarta-feira, 28.

Pela manhã, o bloco do prefeito tinha ao seu lado o veredor José do Lago Folha Filho, e negociava com Aurismar Cavalcante, que queria a Comissão de Constituição e Justiça. Na briga por ela estava também Lúcio Campelo. Mas a turma de Raul tinha maioria e não queria se arriscar a conceder a presidência de uma comissão tão estratégica a um vereador abertamente de oposição ao prefeito. Cavalcante -  que não é homem de aceitar fácil uma derrota -  continuou conversando com os dois grupos.

Ao meio-dia a bancada que até então era da Aliança da Vitória somente, tirou a carta mais importante da manga, guardada em segredo para a hora certa: a resolução do PTN que realinhava o partido ao seu bloco de origem. Em síntese a resolução dizia que o PTN concorreu no bloco da Aliança da Vitória e nele permanecerá, inclusive acompanhando sua liderança nas votações da Casa. Foi o fim do acerto de Folha com o prefeito Raul Filho, travado na tarde da terça-feira, 27.

Novamente com cinco votos, faltava Cavalcante. Na hora de estudar o regimento e fazer as contas, foi a vez de Fernando Rezende entrar em campo, com sua equipe de advogados. No seu escritório fora da Casa as reuniões haviam começado no dia anterior, estudando todas as possibilidades. Dele partiu a proposta de acordo: a base do prefeito escolheria a primeira comissão: CCJ; a oposição escolheria a segunda. Foi aí que o bloco impôs a primeira derrota: tomou a comissão de Urbanismo, onde o vereador Milton Néris pretendia fazer palanque contra o governo do Estado. Rezende acordou para si a presidência desta comissão.

Faltava acomodar Carlos Braga e Cavalcante. O vereador da UT tem base eleitoral na saúde, tendo protagonizado cenas polêmicas durante o exercício da suplência na legislatura anterior, em plena greve da categoria. Ele ficou com a presidência desta comissão. Carlos Braga, por sua vez, ficou com a presidência da Comissão de Meio Ambiente e Decoro Parlamentar.

A eleição na ATM já havia terminado quando os últimos acertos na indicação de membros e presidentes foi finalizado. Na abertura da sessão extraordinária prevista para as 14 horas de hoje, quando devem ser votadas as MPs do prefeito Raul Filho, primeira do ano, a Câmara Municipal terá um quadro que há muito tempo não é visto: a maioria é da oposição.

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