Os blocos na Assembléia e o ajuste de cargos

Está tudo muito recente no governo Carlos Gaguim (PMDB), inclusive a formação dos novos blocos na Assembléia Legislativa. Isso por que a Casa ficou praticamente dividida em 22 a 2, com o voto de Toinho Andrade, que se absteve, e a posse de Osires Dam...

A participação de cada parlamentar com indicações nas secretárias tem rendido freqüentes reuniões desde a semana passada na Assembléia Legislativa. Até o governo anterior, do ex-governador Marcelo Miranda, cada deputado tinha lá suas indicações, feitas via ofício, e que eram atendidas ou não pelo governador.

As famosas “pastas”, com os ofícios atendidos davam a noção ao governante de quantos servidores comissionados, e quais, eram ligados a cada deputado. Corre à boca miúda que mesmo deputados de oposição, como a petista Solange Duailibe, tinham suas indicações mantidas pelo governo de então.

A nova realidade política do Estado, no entanto, mudou todo quadro. Agora o poder está dividido entre a base aliada de forma mais consistente. Ao invés de uma média de 300 indicações cada, os deputados têm secretarias que eles, ou seus partidos, tiveram o poder de indicar a partir do secretário da pasta.

Boa parte destes cargos têm perfil técnico, e a recomendação do governador Carlos Gaguim foi para que não ocorram demissões desnecessárias. As pessoas que estão trabalhando e são úteis devem ser mantidas. Numa reunião com os deputados, Gaguim teria sido enfático: “Me ajudem, vamos cortar gastos, e não inchar a máquina”.

Preocupação válida

A preocupação do governador é mais que válida. Afinal com os recentes acordos e indenizações pagas a categorias específicas como a PM, a folha do Estado vai se aproximar perigosamente do limite legal. Quanto mais carregada ela estiver, e quanto mais alto o gasto com custeio da máquina, menos sobra para os investimentos.

O que os deputados estão tentando acertar, é o atendimento às demandas por emprego de suas bases. Principalmente os que estavam fora da estrutura de governo, há muito tempo sem condições de atender seus companheiros. As indicações também precisam respeitar o que cada deputado já tinha nas secretarias que não estão a cargo do su partido.

O desafio é fazer isso de forma justa, sem sacrificar o perfil técnico das equipes, e sem esbarrar na determinação de Gaguim.

Ele, o governador, tem economizado em tudo que pode. Desde a autorização de viagens para fora do Estado, até à concessão de diárias. Os deputados, mesmo melhor acomodados agora, não vão poder exagerar nas indicações. O desafio é achar um meio termo para isso.

Comentários (0)