Os que foram e os que ficaram depois do ultimato de Siqueira aos pré-candidatos

Esta lista exígua, mínima mesmo, de auxiliares do governador Siqueira Campos, publicada no Diário Oficial do dia 1º, mostra que o ultimato dado para que pré-candidatos deixassem o governo em 31 de dezembro não funcionou. Ou será que apenas Goiaciara ...

Tem caroço neste angu. Ah se tem! Para quem não conhece o ditado sertanejo, explico: tem coisa escondida onde não se espera. Ou melhor: entre os que ficaram no governo, quietos e calados depois de vencida a data limite para que os pré-candidatos fizessem as malas, tem muita gente desejando ser “convocada pelo chefe maior” (que para alguns é o governador mesmo, e para outros pode ser um eufemismo para dizer que o povo os chama) lá na frente, em abril.

De que outra forma se justifica tantos secretários, sub-secretários, e auxiliares de segundo escalão declaradamente pré-candidatos a prefeito e vereadores, na capital, ou em cidades de peso como Araguaína e Gurupi, permanecerem no governo?

Conversando com um secretário na feira sexta passada ouvi dele a seguinte análise: “ah, vai ficar todo mundo quietinho no seu canto e quando chegar abril, aí sim, quem for candidato sai”.

Pode ser uma estratégia interessante, mas sem dúvida de alto risco.

Dimas e Agimiro ficam

Ronaldo Dimas, por exemplo, é sabidamente pré-candidato a prefeito de Araguaína, onde está muito bem posicionado nas primeiras pesquisas de consumo interno realizadas pelo seu partido e pelo próprio staff governista. Dimas não esconde de ninguém que quer ser candidato. Sendo assim, por que é que ficou?

Oficialmente, deve ser por que agora é que os seus projetos na Secretaria das Cidades vão começar a acontecer, já que o primeiro ano é de planejar, apresentar propostas e cavar recursos que normalmente só começam a se materializar no segundo ano de governo.

Extra-oficialmente, o que se percebe é que Dimas está como o marisco, entre o rochedo e o mar. Filiado ao PR de João Ribeiro, de quem é companheiro de longa data, não vai querer enfrentar a disputa tendo contra si outro candidato apoiado pelo governo. E ninguém sabe, de fato como ficará a relação do senador com o grupo governista, do qual ainda faz parte, nas principais cidades do Estado.

É justo, como já disse aqui, que cada partido lance seus candidatos e busque fortalecer musculatura. Mas ninguém se ilude com o fato de que se a disputa se acirrar em Palmas, seus reflexos nas demais cidades do Estado pode ser facilmente sentido.

Goiaciara sai e é pré-candidata

Mais disponibilidade teve do outro lado do mapa, a viúva do ex-prefeito João Cruz, Goiaciara. Muito querida em Gurupi, terá pela frente o desafio de mostrar se tem condições de ser a gestora que a cidade precisa. No mesmo PR de Ribeiro, Goiaciara foi estopim de uma discussão pública em que o senador reclamou de um possível esvaziamento do seu partido para fortalecer o PSDB. Os tucanos recuaram e um aceno de apoio a ela por parte do governo foi feito pelo próprio secretário Eduardo Siqueira, lá atrás. Mas os tempos eram outros.

Ainda em Araguaína, há também outro secretário com vontade de disputar a prefeitura: Agimiro Costa. Sua permanência neste caso pode significar que o governador não tem interesse em bancar uma candidatura própria numa briga que pode ter Valuar Barros (atual prefeito) ou Valderez Castelo Branco disputando os divididos e complicados votos de Araguaína.

Mas são dois nomes de peso: Dimas e Agimiro, que permaneceram quietinhos em seus lugares.

De prático, o pedido do governador para que os pré-candidatos saíssem não funcionou bem. Vamos ver mais adiante as conseqüências. Quem quiser se fazer de morto e permanecer até o dia do “pede pra sair”, tem que no mínimo, ter combinado com alguém. Do contrário vai ser melhor ficar de vez depois de abril.

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