O caso é de polícia. O caso é de justiça. O caso tem solução se a sociedade de fato se importar. Eu defendo sem meias palavras uma ação mais ostensiva da Polícia Militar. E não estou falando de realizar blitz para verificar documentos. É abordagem nas ruas, nas lojas de conveniências dos postos de gasolina cujas portas estão repletas de bêbados saindo tranquilamente ao volante. É tirar a liberdade de quem tira a vida. Tirar o carro, tirar a CNH, tirar o dinheiro.
As pessoas de bem precisam suportar ser abordadas e parar de reclamar quando a polícia age e pára seu carro, seu filho, seu amigo nas ruas. Não há outra maneira de parar os bêbados. Não há outra forma de deter os inconseqüentes que fazem de seus carros armas mortíferas, se a sociedade for complacente e conivente.
Há poucos dias, Nézio Magalhães e Washington Correia, pai e filho, também se tornaram números nas estatísticas. Também foram surpreendidos em plena avenida por um motorista embriagado na contramão. Estavam de moto, e não tiveram chance. Calculo o sofrimento destas famílias que precisam continuar suas vidas, conformadas com um fato trágico destes, pensando em tantos “se” s, coisas que poderiam ter sido diferentes e não foram. Mortes que podiam ter sido evitadas e não foram.
As três mulheres assassinadas no trânsito este final de semana me lembram o poema de John Donne cujo verso empresta o título deste artigo: “A morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”.
Estamos todos menores nesta segunda-feira, atingidos pela fatalidade que poderia ter sido evitada. Estamos todos compelidos a nos tornar prisioneiros aos finais de semana, dentro de casa, coibidos pela livre ação de uns poucos. Até quando?
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