Viver por alguns dias a rotina do HGP pode fazer bem, por incrível que pareça a contradição. E fazer pensar.
Entre as histórias de vida que vi por lá nesta semana – algumas das quais já viraram matéria e artigo neste portal – está uma que me impressionou.
Palmas, 19 horas de terça-feira, 22. Um motociclista estava parado naquela LO da Pamonharia Paraíso. Outro jovem, solidário com a situação, para na intenção de dar socorro. E “bum”. Batida. Atropelamento por um Fiesta que vinha em alta velocidade, e provavelmente não deu conta de parar para uma vida, que ajudava outra.
Resultado: traumatismo craniano para o rapaz que parou para ajudar o outro. No acidente, vomitou e aspirou comida para o pulmão. Agora está na UTI do HGP , entubado e ligado a aparelhos para tratar duas coisas: o traumatismo e um princípio de pneumonia.
Estas coisas têm o dom de me comover e me indignar. Sei que Deus não é justiceiro, mas tem horas que entendo por que aquela série americana, Dexter, faz tanto sucesso. Tem horas que a gente anseia por ver o mundo livre de gente má.
Pano rápido.
Ontem bombou na internet o protesto feito no Facebook pelo secretário Mario Nania, de Palmas – novo na equipe de Raul - por conta de uma rotatória que teve o paisagismo destruído por um motorista . Supõe-se que estivesse embriagado para deixar os rastros que deixou por lá.
É fato que vândalos existem. E pior: vândalos ao volante, cortando pelo lado errado, “costurando”carros no engarrafamento, dirigindo alcoolizados e sempre muito perigosamente. Fora os estressadinhos, que não perdem a chance de xingar, fazer gestos obscenos e acham que são os donos da razão. Mesmo que não saibam usar a faixa livre da direita nas rotatórias e fiquem indignados com quem sabe.
O certo é que o trânsito está cheio de pessoas emocionalmente inabilitadas para dirigir. É fato. Mesmo que tenham passado em todas as provas do Detran. Lamento por nós, que vivemos tentando escapar deles. E pelas vítimas que lotam o HGP.
Aliás, abrindo um parêntese: mais de 40% dos casos daquele hospital seriam reduzidos se houvesse um esforço amplo e concentrado para reduzir os acidentes de trânsito em Palmas.
Agora para terminar: admiro demais a presidenta Dilma, mas achei um absurdo a redução do IPI, que pode chegar a zero para carros nacionais 1.0. Quer incentivar a indústria brasileira? Pelo amor de Deus, incentive outra coisa. Carro não.
Basta ver que este modelo de desenvolvimento e transporte está destruindo a camada de Ozônio, aumentando o volume de inadimplência com as financeiras (milhares compram carros e não conseguem pagar o financiamento).
Podem me chamar de obsoleta, mas não é que eu seja inimiga da modernidade, tecnologia, praticidade; dos carros. Pelo contrário. Gosto de tudo isto. Mas é preciso parar e pensar quanto mais carros nas ruas, pior para as estatísticas de acidentes de trânsito.
Gosto de pensar que existem alternativas possíveis. Entre elas, banir do volante os vândalos de toda espécie. Já seria um avanço!
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