Quem diria que eu viria trabalhar em Honduras. Esta história começou "bem” assim.
25 de abril de 1997, cinco horas da tarde, tempo chuvoso, chego em Palmas, a mais nova e promissora capital de um estado brasileiro. Venho trabalhar no departamento financeiro e de RH de uma empresa de engenharia que tem várias obras na capital.O departamento de engenharia já estava com seu quadro de engenheiros completo.Mais tarde, com a diminuição das obras, assumo também o departamento de engenharia.
Fico nesta vida corrida de engenheiro, sempre viajando e tocando obras, tanto na capital como no interior.
Caso-me em 1998, e tocamos a vida juntos em Palmas.Ela dentista, passa no concurso da prefeitura.
Vou trabalhar com asfalto, depois em uma emissora de televisão, volto pro asfalto, vou trabalhar com saneamento, vou trabalhar no interior novamente, e assim sigo...
Em janeiro de 2005 vou trabalhar no estado de Goiás, na construção de uma mina de cobre para uma Mineradora Canadense. Lá, conheço várias pessoas ,com as quais, depois de terminada a obra, sigo mantendo contato.
Julho de 2007 recebo um telefonema numa sexta à noite, era o meu supervisor da mineradora me fazendo uma proposta de trabalho para ir para a Argentina. Ao mesmo tempo que fiquei surpreso com o convite , fiquei bastante empolgado.Conversei com Ana Carolina, minha mulher, e decidimos que eu iria.Tivemos 20 dias para mudar toda a nossa vida, mudar mesmo.Vendemos a casa, arrumamos nossas coisas e mudamos para Campo Grande,MS, onde vivem os pais dela.Já que eu iria morar por um tempo fora, não podia deixá-la sozinha em Palmas com o Augusto, nosso filho e grávida da Cecília.Tudo acertado parti dia 1º de julho para San Juan, na Argentina, para trabalhar na construção de uma mina de ouro.
Fiquei lá por um ano e meio, foi quando a empresa precisou fazer uma ampliação da mina de ouro San Andrés, em Honduras e me designou para tocar a obra. Cheguei aqui no dia 15 de fevereiro de 2009.
Honduras é um belo país, apesar de muito pobre.A moeda daqui é a Lempira. Uma(1) Lempira vale 0,10 centavos de Real aproximadamente. A economia gira em torno da agricultura, empregando quase dois terços de sua mão de obra.Os principais produtos de exportação são café, banana e camarão.Ahh!!! Os camarões...são deliciosos! O país depende consideravelmente da economia dos Estados Unidos, para onde vão 70% de suas exportações e de onde se originam mais de 50% de suas importações.
Aqui existem varias ruínas Maias, águas quentes.O povo é chamado de Catracho.Este nome surgiu quando o General hondurenho Florencio Xatruch , em meados do século 19, voltava com seus soldados, passando pela Nicarágua, depois de vencer uma batalha contra o general americano Willian Walker, que queria voltar com a escravatura e tomar posse de toda a América Central. Para os nicaraguenses era difícil falar o nome do general hondurenho e gritavam :” Aí vem os Xatruches, depois catruches e finalmente catrachos.
A capital é Tegucigalpa. As praias são muito bonitas e de águas .límpidas.O terreno é bastante montanhoso , com muita floresta e vegetação densa.
O trabalho aqui é bom. Trabalhamos direto, sem feriado ou fim de semana.Estamos ampliando a mina para aumentar a produção.Está sendo uma experiência nova e excitante.Trabalhar e viver em diferentes países é muito bom para podermos conhecer um pouco da vida e cultura de outros povos.
Geralmente passo 30 dias aqui e 10 dias no Brasil.Saio da mina, vou para a cidade de Santa Rosa de Copa, que fica a 45 km de distância .De Santa Rosa sigo de carro para San Pedro de Sula, a 2ª maior cidade de Honduras.Pego o vôo das 6 da manhã com destino a Costa Rica, capital San José.Saio de San José e vou para o Panamá, capital Cidade do Panamá, uma bela cidade com arquitetura moderna e bonitos arranha-céus na região costeira.Saio do Panamá e enfrento 7 horas de vôo até São Paulo, esta parte é a mais cansativa da viagem.De São Paulo saio ás 22:00 para Campo Grande, apesar de cansado estou ansioso por chegar novamente em casa, com a família me esperando.
Espero ter conseguido mostrar um pouco da vida de um palmense de coração, que ainda não esqueceu a buchada de bode na feira, o calor de 45º graus nem o caldo no final da noite.Os shows de rock na Casa do Melck e no Tendêncies.A música continua no sangue, para onde vou levo meu banquinho e violão.
Abraços a todos os meus amigos que estão ”bem” aí.
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