Pequenos negócios sem dívidas têm mais crédito aprovado que empresas com débitos

De acordo com dados de pesquisa do Sebrae, as instituições financeiras têm priorizado os empréstimos para micro e pequenas empresas com as quais já mantém relacionamento.

Crédito: Divulgação/Sebrae TO

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae e Fundação Getúlio Vargas constatou que, considerando o perfil dos pequenos negócios com relação a dívidas, os empreendedores que mais buscaram empréstimos e que tiveram maior índice de aprovação no crédito foram aqueles que estavam com as contas em dia.


O levantamento feito na última semana de agosto, junto a um universo de 7,5 mil donos de micro em pequenas empresas de todos os estados, revelou que os empreendedores com dívidas em dia representam o grupo que mais solicitou empréstimos desde o início da pandemia (68%). Na situação oposta, as empresas que não têm dívidas foram as que menos tentaram empréstimos (77% não buscaram crédito). Já entre as empresas com dívidas em atraso, 61% procuraram obter um empréstimo.

Esse comportamento se reproduz também quanto ao sucesso na solicitação do crédito. O melhor resultado foi alcançado pelas empresas que tinham dívidas em dia (41%). Entre os pequenos negócios sem débitos, a proporção de pequenos negócios que conseguiu crédito foi o mais baixo, apenas 4%. Este grupo, em geral, parece que prefere não tomar empréstimos.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pesquisa confirma análises feitas pelo Sebrae a partir de dados do Banco Central, que mostram que as instituições financeiras estão privilegiando, neste momento, as empresas com as quais já mantinham um relacionamento antes da crise. “No segundo trimestre de 2020, o período mais grave da pandemia, somente 20% de todo o crédito concedido para empresas no país foi para os pequenos negócios. Os dados confirmam também que as instituições financeiras mantêm inalterados os seus procedimentos de avaliação de risco e seleção de clientes”, analisou.


Conforme Carlos, a dificuldade de acesso a crédito por parte de pequenos negócios ficou mais evidente durante a pandemia, principalmente para aqueles empresários que não tinham um histórico de relacionamento e crédito pré-aprovado antes da crise para realizarem novas operações ou renovarem as existentes.

 

Outros dados da pesquisa

 

As empresas com dívidas em atraso representam o maior grupo de pequenos negócios (89%) que registram perdas no faturamento mensal. 73% das empresas com dívidas em dia e 69% dos negócios sem dívidas registraram perda de faturamento em agosto;


As que mais contrataram nos últimos 30 dias são as que têm débito em dia (12%), contra 5% das empresas com dívidas em atraso e 8% das empresas sem dívidas;


Os empreendimentos com dívidas em dia são os que mais usam as redes sociais como ferramentas de venda (70%). Entre as empresas sem dívidas, essa presença foi de 63% e entre as empresas com débitos em atraso (67%).

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