PMDB e DEM chamam convenções; secretários podem entregar cargos

O PMDB divulgou ontem no final da tarde, seu edital de convocação para convenção partidária, que tem o objetivo de homologar candidatos às eleições indiretas. O DEM é o próximo a convocar seus filiados para decidir que posição tomará diante do pleito...

Tudo pode mudar na semana que vem – de novo - na política tocantinense. Justifico. A convocação de convenção pelo PMDB no final da tarde de ontem, através de Edital publicado nos principais veículos de imprensa, foi confirmada pela deputada Josi Nunes, líder do governo, como um indicativo de que a lei estadual deve mudar. Os partidos, como já dizíamos aqui, são os detentores do mandato, e não podem ser excluídos no processo de homologação de candidatos.

O DEM, que ocupou as manchetes políticas com o lançamento do deputado Paulo Roberto, de Taguatinga, como candidato a vice-governador, deve realizar sua convenção também na próxima semana. O edital estaria prestes a ser protocolado no TRE com a data.

No dia 30, é a vez do STF – Supremo Tribunal Federal, dar seu veredicto sobre o recurso do governador cassado, Marcelo Miranda, que quer reaver o mandato. É grande também a expectativa em torno da Adin - Ação Direta de Inconstitucionalidade protocolada pelo PSDB. Possivelmente para evitar seus efeitos, é que a Lei das Indiretas venha a ser revogada, e substituída por outra, na próxima semana. Desta vez de autoria do legislativo, e garantindo aos partidos o direito de homologarem candidatos.

Os cargos e os votos

Segundo fonte do PMDB ouvida na manhã desta sexta-feira, 18, setores do partido já cogitam uma mudança na escolha do candidato ao governo no mandato tampão. Hoje, o governador Gaguim não tem dificuldades em obter a maioria dos votos dos convencionais, e não há clima para disputa contra ela. O problema cogitado é quanto a um possível questionamento de declaração antecipada de candidatura, por parte do governador interino, somada às declarações de voto por parte dos deputados, que indicaram secretários no primeiro escalão do governo.

“O Ministério Público Eleitoral pode questionar isso, e interpretar como compra de votos”, antecipou a fonte, que preferiu não ser identificada. A promessa de votos, seguida da indicação para cargos, logo na primeira semana de governo poderia comprometer a candidatura do governador interino. Este questionamento já começou a ganhar corpo na imprensa nacional, com matérias publicadas no jornal O Globo, na Folha de S. Paulo e comentários do jornalista Alexandre Garcia. A indicação de parentes no primeiro escalão também deve ser destaque no final de semana, em rede nacional de TV.

O burburinho em torno do secretariado acontece devido à exposição na mídia nacional da noemação de parentes. Para evitar constrangimentos maiores, alguns estariam avaliando a entrega de cargos. O Coronel Bonfim, chefe de gabinete do governador, entregou seu pedido de exoneração nesta manhã, por motivos ainda não esclarecidos. Nos corredores, cogita-se que o secretário Igor Avelino venha a fazer o mesmo.

Democratas liberados

Outra fonte, desta vez do DEM, disse ao Site Roberta Tum que não acredita que a senadora Kátia Abreu tomará qualquer medida que venha cercear o direito ao voto por parte dos deputados estaduais. A convenção do partido na próxima semana deixaria os parlamentares livres para votar em quem quiserem. Resta saber se o partido terá candidatos. Mas a princípio, no quadro atual, não existem outros nomes. A não ser o do deputado Paulo Roberto. Este, para concorrer ao lado de Gaguim ou de outro candidato, precisará da homologação do partido. Aí é que a coisa complica, já que hoje também não há clima para esta homologação dentro do Democratas.

O Tocantins trabalha agora com duas datas. A do dia 25, em que duas convenções importantes devem acontecer. A do dia 30, em que o STF analisa a ADPF 167, e pode descartar ou não qualquer chance de retorno. E até lá, tudo pode acontecer.

Comentários (0)