A deputada Josi Nunes(PMDB) deixou o parlamento estadual para se tornar secretária municipal em Palmas. Embora a capital tenha sua importância no contexto eleitoral para qualquer parlamentar, a base da deputada peemdebista é o Sul do Estado. Então, podem se perguntar os observadores do quadro político: qual o motivo?
Josi definitivamente não precisa do emprego oferecido por Raul. Que na prática pode não ter sido oferecido de fato, como vai no discurso da deputada e do PMDB naquele jogo de cena público que se viu ontem: "ah sim, houve um convite, estou analisando".
Nada disto. Houve sim uma articulação política. Que já vinha se afunilando. Houve uma conversa semana passada na casa do prefeito Raul, com a presença de Coimbra, Josi e outros peemedebistas, noticiada no twitter pela própria deputada Solange Duailibe.
E esta articulação política não se resume em acomodar Ricardo Ayres, para sabotar de vez Jorge Frederico, que migrou do PMDB para o recém criado PSD da senadora Kátia Abreu. Seria miopia afirmar isto. Até por que Raul tem com Kátia uma relação mais que amigável, e a senadora é uma das interlocutoras - aliada do governo - com quem o prefeito tem facilidade de conversar.
A questão era abrir espaço para o PMDB no núcleo da gestão petista, fortalecer o PMDB na Assembléia com a permanência de um suplente sim. Mas além disto tudo, traçar uma aproximação com vistas a formar um bloco competitivo em 2012.
Eu já disse aqui, há algumas semanas que o PMDB caminhava para ficar literalmente "rodado" no processo sucessório de Raul. Não por que faltem qualidades ao seu pré-candidato, Eli Borges, mas por que vinha faltando rumo e estratégia ao partido que apeou do poder ano passado.
É interessante ver o PMDB que ofereceu a dependência de empregada ao PT quando comandava a casa grande, voltando ao baile justamente via Raul e o PT da capital. Com perdão da ironia. Mas na humildade há uma prova de inteligência.
É lógico que ninguém está disposto a abrir mão das prerrogativas pessoais de disputar a prefeitura, em partido nenhum. Mas a aliança que se forma em torno do atual mandatário do município é uma prova de que todo mundo sabe exatamente o que o adversário esta fazendo neste jogo.
Se de um lado Eduardo Siqueira articula o grupo que possivelmente vai referendar a candidatura de Marcelo Lélis, e busca construir em volta dele na capital uma aliança de partidos governistas com tempo de televisão e pré-candidatos a vereador competitivos, do outro lado a oposição acordou e se junta.
Sobre isto é interessante atentar para o outro grande fato - político - da semana. O acordo entre o senador João Ribeiro e os movimentos sociais, via vereador Bismarque do Movimento (PT) em torno da indicação do representante do MDA no Estado, que já foi alvo de tanta polêmica.
Resumindo, caros amigos: dois chapões vão se desenhando para a disputa do ano que vem. Ao que tudo indica ela será polarizada. Ainda é cedo para fazer apostas, mas uma coisa é certa: vai ser emocionante acompanhar estes lances de perto.
Comentários (0)