Há uma frase muito usada no meio clínico por psiquiatras e psicólogos que analisam perfis criminosos: “quando você olha para dentro do abismo, o abismo olha para você”. É o que está acontecendo com agentes da polícia civil, envolvidos diretamente no enfrentamento do tráfico na capital. A guerra contra o crime endureceu. Não é preciso ir longe para perceber isto. Basta ver os números de apreensões e bocas de fumo – os famosos pontos de venda que a comunidade sabe sempre onde estão – e que a polícia vem “detonando”.
Toda ação, no entanto, gera uma reação e é o que está acontecendo, quando a polícia chega muito perto do bandido. A matéria que liderou as leituras do dia de ontem neste portal de notícias é a que conta sobre a ameaça sofrida por um agente de polícia e sua família, após ter adquirido do pai de um traficante, uma casa que no passado foi usada como ponto de revenda de drogas.
Depois de uma grande apreensão, os traficantes teriam seqüestrado a esposa do agente e a levado para um matagal,onde a mesma sofreu agressões e ameaças. “Não vamos recuar. Sabemos quem você é, sabemos de cada passo seu e de seus familiares”, disseram os bandidos, oriundos do Pará, e que estão atuando na capital. . Na carta, eles ainda afirmam saber onde está a criança de 1 ano e 3 meses, filho do policial.
Diante de tudo isto a polícia redobrou suas ações para desbaratar e prender toda a quadrilha, por um lado. De outro, está garantindo a segurança do agente, sua esposa e filho ininterruptamente.
O momento é de tensão no combate ao tráfico e requer que as autoridades policiais e judiciárias endureçam mesmo. Mas por outro lado, numa cidade pequena como Palmas, polícia tem que manter bem separada a linha divisória com os bandidos. Como no clássico Tropa de Elite, já ensinava o Capitão Nascimento aos seus alunos do Bope: “polícia é polícia, bandido é bandido”. Não dá para misturar, fazer negócio e conviver na mesma rua. Nem no Rio, nem em Palmas, como bem já se vê.
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