Quando assisti pela primeira vez as imagens do episódio ocorrido alguns dias atrás em que, diante de um assaltante mantendo uma mulher como refém, a polícia tenta negociar enquanto um atirador de elite atira e mata o ladrão...repeti em voz alta:
- "Já sei direitinho o que vai acontecer... a imprensa vai começar a questionar por que eles não tentaram negociar um pouco mais..."
Dito e feito. A primeira pergunta que ouvi de um jornalista foi essa. Se existe uma categoria que tem memória curta é essa. Parece que não se lembram que há alguns meses atrás uma garota foi morta por que a polícia não atirou quando podia ter atirado. E o questionamento dos jornalistas na época foi justmente o oposto: " Por que não atiraram, se tiveram tantas oportunidades para fazê-lo".
Eu, sinceramente queria saber qual é o ideal. Quanto tempo a polícia deve negociar? Meia hora? Duas horas? E como e onde devem atirar? Pode ser na cabeça? Ou é muito agressivo?
De um lado a hipocrisia da sociedade. Cobram da polícia, desde que não seja com eles. De outro o enfraquecimento do Estado, tendo em vista a polícia militar representar a faceta "segurança" do mesmo. Conhece-se um Estado pela sua polícia fardada. A polícia brasileira perdeu o foco, não existe linha a ser seguida. Por quê? Por que nesse nosso país as pessoas não podem ser iguais perante a lei.
Imagino que todos os policiais do Brasil devm ter comemorado aquele tiro certeiro. Sorte a do atirador. Por que se ele erra...A polícia não pode errar.
Funciona assim: Uma troca de tiros no morro, por exempo. Mais de mil tiros são disparados. Um deles acerta um inocente. Balística. Se for do bandido, tudo bem, caso encerrado, mas se for da polícia...sindicância (procedimento administrativo para apurar denúncias envolvendo PMs).
A segurança só vai existir quando toda a sociedade tiver consciência do que, realmente, vai acontecer. Tanto a imprensa quanto o próprio marginal deve ter essa certeza. "Bandido com refém leva bala na cabeça"...pronto, os questionamentos param por ai. Todos já estariam cientes. Mas não. Cada caso é um caso. E é isso ai que desordena um Estado.
Desde a Roma antiga que é mantida a mais famosa premissa jurídica: Dura lex, est lex...A lei é dura, mas é lei. Hoje, depende...
Ladrão é ladrão e mocinho é mocinho. E, tanto a imprensa quanto o povo devem torcer para os mocinhos. Já tá passando de hora do povo aplaudir quando a polícia acerta um tiro daqueles.
Comentários (0)